"Sou filha do Sol, trazida pelo vento. Sou verdadeira Bruxa por dentro. Bruxa nascida do fogo, meu espirito é soberano. Sou a transformação, a destruição e também sou a criação. Vivo com liberdade, criatividade e lealdade. Assim vão me encontrar. E se procurarem bem no fundo da fogueira, lareira ou de uma vela Os meus olhos vão achar na chama daquilo que queima o meu espirito, estará lá. Mas logo vos aviso, se mau intencionado estás, não procurarás"

Rosângela Amaral

16 dezembro 2011

Mulher Milho

Para os povos nativos o milho é considerado uma Deusa.
Para a tribo Arikana, o Deus Criador (Nessaru) criou a Deusa do milho através de uma espiga que nasceu no céu. Somente através dela o povo aprendeu a honrar as divindades e a plantar o milho. Ela é literalmente o milho que se entrega ao seu povo para alimenta-lo, nutri-lo e sustenta-lo.
Assim como a tribo Arikana outras também acreditavam na mulher do milho. Algumas tribos famosas que a cultivavam era os Cheyenne, os Cherokee e os Astecas.
Para o povo Asteca seu nome muda de Mulher do Milho para Chicomecóatl que significa “sete serpentes” e ela era a forma feminina de Centeotl (Deus do milho). Também poderia ser chamada de Xilonen que significava “a peluda”, isso se dava devido às barbas que o milho. Xilonen era casada com Tezcatlipoca (deus do céu noturno, da lua e das estrelas; senhor do fogo e da morte) e era ela que protegia os ciclos do milho.
Outro nome associado à Mulher do Milho era Ilamatecuhtli que significava “A senhora da saia velha” já que palha que envolve o milho, junto da barba da à sensação de saia desgastada.
Em algumas versões de sua história ela é tida como irmã do Deus da chuva, Tlaloc.
A mulher do Milho é uma das divindades mais antigas da América.

Como toda Deusa ligada à plantação esta também é ligada à fertilidade.
Para os Astecas ela gerava uma nova colheita através do ato sexual.







A Mulher Milho é muitas vezes representada com o rosto pintado de vermelho e espigas de milho em suas orelhas. A antiga cerimonia dedicada a esta deusa era feita através de sacrifício. Uma jovem mulher era morta, seu sangue vertido a Mulher do Milho e sua pele era dada ao sacerdote. Tal ritual acontecia, pois os antigos mexicanos acreditavam que vertendo sangue a um Deus ele estaria o enchendo de poder fazendo com que os males da terra não sobressaíssem. Ao oferecer sangue humano a um Deus ele faria chover, traria uma terra prospera e etc. Eles faziam a oferenda a Mulher do Milho, pois no seu aspecto de terra que não gera uma nova colheita ela destrói a base da sociedade asteca que era voltada para a plantação de milho. Quando a Mulher do Milho é representada como terra árida ou seca ela carrega com ela um crânio na mão, garras de jaguar (já que este animal é visto como inimigo da luz para os astecas) roupa de serpente e mando da noite.
Um de seus símbolos era levado com a Mulher do Milho no seu aspecto negativo, pois:
O jaguar era o oposto da águia na sociedade asteca. A águia representa a ave que acompanha a luz já que é a única que olha para o sol sem ter problemas na vista. Enquanto isso, a boca do jaguar representa a terra, aquilo que engoli o astro rei, o sol. O jaguar engoli o dia, o sol e as estrelas. Para os Astecas há um mito primordial que conta que uma Deusa desce do céu e ela é desmembrada, criando assim todas as criaturas terrestres, e para cada criatura há uma Deusa relacionada.
Atualmente há outro tipo de ritual feito a ela que acontece no mês de Huei Tozoztli (setembro), faz-se jejum prolongado nesta época e seus templos são decorados com espigas de milho e serpentes para que tal Deusa possa abençoar.







Na sociedade asteca o lado masculino prevaleceu. Geralmente se adorava mais a figura masculina, mas apesar disso é possível encontrar em relatos de manuscritos uma figura que parece homem, mas se chama Mae- Terra ou Mulher –Serpente.
Em uma tribo só duas pessoas supervisionavam a aldeia, esses eram o chefe e a mulher-serpente. O chefe cuidava dos afazeres civis e religiosos enquanto a Mulher-serpente cuidava da forma ao culto as Deusas e cuidava dos templos.
Apesar de atualmente acharmos que os astecas eram patriarcais, isso só ocorreu mais tarde, pois no inicio eles eram matriarcais. Como em toda sociedade o principio masculino solar sobrepôs o feminino lunar.
A sociedade asteca vivia em guerra para que pudesse ter prisioneiros para seus sacrifícios aos Deuses.
Para que a Mulher do Milho lhes oferecesse uma boa colheita eles lhe davam um ritual. Assim como era oferecidos a outros deuses com outros fins.







A Deusa Mulher do Milho é uma deusa tríplice. Era representada ou como uma jovem levando flores ou uma mãe que usa o sol como escudo ou uma mulher cujo abraço produz a morte. Possui também três nomes. Eram eles: Chicomecóath, Chalchiuhtlicue (pedra preciosa) e Xilonen.
Xilonen é a representação donzela da Mulher do Milho, aquela que é fertilizada todo dia pelo sol, mas permanece virgem. É a lua crescente. No México ainda há uma tradição feita para ela para que as jovens chamem mais atenção dos rapazes. Xilonen é o nome mais popular dela e ainda há danças dedicadas a ela. Hoje em dia uma sacerdotisa verifica o local da cerimonia e tipo de ritual realizado, enquanto isso as jovens se ornam para oferecer o melhor a Deusa. A oferenda é de danças, e milhos.
A festa é aberta para turista e a base das comidas oferecidas é de milho.
Há muita dança, comida e oferendas. Hoje em dia o ritual virou uma festa e tem concursos de miss milho e muitos outros tipos de entretenimentos inclusos aos antigos ritos.



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