"Sou filha do Sol, trazida pelo vento. Sou verdadeira Bruxa por dentro. Bruxa nascida do fogo, meu espirito é soberano. Sou a transformação, a destruição e também sou a criação. Vivo com liberdade, criatividade e lealdade. Assim vão me encontrar. E se procurarem bem no fundo da fogueira, lareira ou de uma vela Os meus olhos vão achar na chama daquilo que queima o meu espirito, estará lá. Mas logo vos aviso, se mau intencionado estás, não procurarás"

Rosângela Amaral

28 dezembro 2011

Joana D'arc

“Tive a sensação de vislumbrar a dimensão do Mundo
quando experimentei ver pelos teus olhos”
Joana D'Arc


Joana D’arc nasceu no ano de 1412. Era filha de Jacques d'Arc e Isabelle Romée. Às vezes chamada de donzela de Orléans, Joana D’arc hoje é santa padroeira da França e virou uma heroína da Guerra dos cem anos. Joana era descendente de camponeses, gente modesta e analfabeta e virou mártir francesa somente no ano de 1920.
Joana só foi reconhecida pela França no século XIX devido ao nacionalismo que aflorou nos franceses. De acordo com Ernest Gellner, filósofo e antropólogo Joana D’arc só foi redescoberta como uma personagem trágica.
Joana foi homenageada no ano de sua morte (1431) pelo poeta francês François Villon no poema cujo nome é “Balada das damas do tempo passado”
Grandes escritores escreveram sobre ela também como Shakespeare que a descreveu como uma bruxa. Voltaire falou dela através de um poema satírico cujo nome é “A Donzela de Orléans”
Joana nasceu na cidade Domrémy, na região de Lorena na França. Ela aprendeu com sua mãe os afazeres das mulheres da época como fiar e costurar. Por ser extremamente religiosa fugia de casa para realizar suas orações.
Joana dizia que ouvia vozes com frequência e as intitulava como sendo de São Miguel, Santa Catarina de Alexandria e Santa Margarida. Ela dizia que as ouvia mais ou menos duas ou três vezes por semana e tais vozes lhe diziam o que ela tinha que fazer e no que ela ia se tornar.
Essa heroína do ano de 1400 costumava se vestir com roupas masculinas para que ela não fosse molestada ou estuprada nos campos de batalha ou na prisão antes de sua morte.







A Guerra dos Cem Anos aconteceu devido ao Duque da Normandia ter se apoderado da Inglaterra no ano de 1066. Devido a isso os ingleses começaram a adquirir ducados nas terras francesas. Os duques franceses apesar de serem submissos ao Rei se voltaram contra o mesmo. Quando a França tentou recuperar esses territórios acabou eclodindo uma das guerras mais longas e sangrentas da história. Na realidade a guerra dos cem anos durou 116 e provocou milhares de mortes. Os franceses estavam divididos entre dar suporte ao Duque de Borgonha (borguinhões) ou ao Duque de Orléans (armagnacs). Com a morte de um dos armagnac as ruas de Paris viraram uma guerra civil.
Aos 16 anos Joana foi a Vaucouleurs e ajudou a escoltar um Delfim. Apesar de sua popularidade o Delfim desconfiava dela. Todos muito desconfiados a fizeram passar por uma prova. Encheram uma sala cheia de nobres para que ela encontra-se o Rei. Assim foi feito e dizem que ela disse: “Senhor, vim conduzir os seus exércitos à vitória".
Joana pediu ao Rei o controle das tropas e ainda muito arredio ela a fez passar por um interrogatório. Validando assim sua virgindade e seu caráter. Ele a entregou uma espada, um estandarte e toda a sua tropa.







Com um exercito de aproximadamente 4000 homens expulsou os invasores e ganhou a batalha que mais tarde foi conhecida como “Libertação de Orléans”. Após essa conquista Joana não perdeu nenhuma batalha. Teve vitória na batalha de Meung-sur-Loire, batalha de Beaugency e na Batalha de Patay, sua ultima conquista em campos abertos. Joana levou o Rei Carlos VII para sua coroação oficial e assistiu em uma vista privilegiada. Logo após a coroação Joana foi capturada pelos borguinhões que eram aliados dos ingleses que após sucessivos interrogatórios a venderam para os Ingleses. Joana passou dias de cadeia e era vigiada por cinco homens. Seu processo era chefiado pelo bispo de Beauvais, Pierre Cauchon.
Dez sessões foram feitas sem a presença da acusada, apenas com a apresentação de provas, que resultaram na acusação de heresia e assassinato.
Na decima primeira sessão Joana foi ouvida pela primeira vez. Joana foi interrogada sobre as vozes que costumava ouvir e sobre suas vestes. Poucos dias depois Thomas de Courcelles fez a leitura dos 70 artigos da acusação de Joana, e que depois foram resumidos a 12. Estes artigos sustentavam a acusação formal para a tal heroína buscando sua condenação. No mesmo dia em que resumiram suas acusações a 12 artigos Joana começou a passar mal devido a veneno ingerido pela comida. Os Ingleses a trouxeram médicos, pois queriam uma execução formal. Ela foi condenada por heresia.
Joana foi queimada viva aos 19 anos no ano de 1431. A cerimónia de execução aconteceu na Praça do Velho Mercado (Place du Vieux Marché). Após sua execução suas cinzas foram jogadas no Rio Sena para que não se torna-se objeto de veneração publica.
No ano de 1456, Joana D’arc foi considerada inocente pelo Papa Calisto III. O processo que a condenou a morte foi invalidado e ela virou Santa.
Ela foi proclamada Mártir pela Pátria e da Fé.



26 dezembro 2011

Mata Hari - Uma grande mulher

Margaretha Gertruida Zelle mais conhecida como Mata Hari foi uma dançarina holandesa e espiã alemã. Trazendo uma dança totalmente exótica, atraiu a atenção de biógrafos, romancistas e cineastas. Nascida no ano de 1876 ela tornou-se símbolo da ousadia feminina.
Mata Hari era filha de um empresário descendente de javanês. Ela herdou da mãe seu lado exótico e do pai o seu espirito aventureiro. Mudou-se para Paris e casou-se com Rudolf John MacLeod com quem teve dois filhos, Norman-John MacLeod e Jeanne-Louise MacLeod. Jeanne faleceu aos 21 anos de uma hemorragia cerebral. Seu pseudônimo, Mata Hari significa “olho da manhã”.
Costumava sair com militares e políticos.
Mata não possuía formação em dança e misturava dança indianas com as
javanesas. Fazia sucesso nas plateias europeias com seu estilo eclético oriental. Ingressou na dança após seu marido interromper a pensão alimentícia e deixando-a em uma situação financeira difícil. Ainda sofrendo com a morte de sua filha, ela tomou os palcos e largou a vida burguesa. Na maioria de suas apresentações ela aparecia seminua nas casas de espetáculos.







Por trabalhar como espiã alemã ela utilizava de sua dança e seu poder de sedução para sair com grandes políticos e militares e conseguir deles informações. Em uma de suas viagens o navio onde ela estava foi parado pelos ingleses e o Sir Basil Thomson, comissário assistente de New Scotland Yard responsável pela contraespionagem, a interrogou. Depois de algumas horas ela confessou ser espiã e ele anotou isso no seu livro que hoje é intitulado de “1922 pessoas Queer”. Ela foi então levada para a delegacia da época e sua confissão foi gravada e hoje esta guardada no Arquivo Nacional da Grã-Bretanha.
No ano de 1917 os franceses interceptaram uma mensagem via rádio dos alemães onde eles diziam que Mata Hari era a espiã H-21, comprovando assim sua culpa em termos de espionagem. Ela foi presa mesmo ano da mensagem acusada de espionagem para a Alemanha. Dizem que não havia prova contra ela. Ela foi acusada sem provas e depois de um tempo falaram que encontraram papeis no hotel em que ela estava hospedada. Mata disse que seus contatos fora do país eram devidos sua careira de dançarina e foram encontrados uma série de cartas endereçadas ao cônsul Holandês na França dizendo que ela era inocente.







Ela foi considerada culpada e foi morta por fuzilamento no dia 15 de outubro de 1917 quando tinha 41 anos.
Em sua biografia “Femme Fatale” Pat Shipman diz que Mata nunca foi agente duplo e sim foi usada como bode expiatório pelo chefe francês contra espionagem. Esse mesmo chefe francês cujo nome era Georges Ladoux foi acusado tempos depois por ser agente duplo e usar pessoas como bode expiatório.
Os documentos de acusação foram selados durante 100 anos e só foi reaberto quando o biografo Russell Warren Howe convenceu o ministro francês da defesa nacional a abrir o arquivo que revelou que ela era inocente. Após sua morte o seu corpo não foi reivindicado por nenhum membro da família o que fez com que ele virasse estudo médico. Dizem que todo o seu corpo foi embalsamado, mas no ano de 1954 não havia mais registro de seu corpo no centro de estudos.







Testemunhas oculares dizem que no momento de sua morte ela pediu para que não tivesse vendas nos olhos e estava vestida de forma extremamente elegante. Uma das testemunhas, Henry Wales, conta o fato exatamente como ocorreu:
“Após a saraivada de tiros que soaram lentamente, inerte, ela se estabeleceu de joelhos, a cabeça erguida sempre, e sem a menor mudança de expressão em seu rosto. Para a fração de segundo parecia que ela cambaleou lá, de joelhos, olhando diretamente para aqueles que tinham tomado a sua vida. Então, ela caiu para trás, dobrando na cintura, com as pernas dobrou sob o seu corpo... foi então que um oficial não comissionado, em seguida, caminhou até o corpo dela, puxou o revólver, e atirou na cabeça dela para ter certeza de que ela estava morta.”
Hoje há um museu em seu nome que nele estão algumas de suas roupas, diários e sua história além de documentos.



24 dezembro 2011

Nut

Nut simboliza o céu estrelado. Ela é representada como uma mulher belíssima que traz um disco solar contornando sua cabeça. Por ser à noite e ter que envolver a terra ela possui o corpo alongado para que possa cobrir o planeta com seu corpo e ao mesmo tempo abraçar seu amante, o Deus da terra, Geb. Suas mãos e seus pés se apoiavam sobre a terra tocando os quatros pontos cardiais. Seus braços e pernas são as pilastras do céu. O corpo da Deusa constitui o tempo, o espaço e as leis que estruturam o universo encarnado. De acordo com a perspectiva matriarcal, Nut é a forma feminina de Nun, Deus do oceano primordial que tudo abarca; é imutável, duradoura, o receptáculo fundamental. O sol, a lua e as estrelas são seus filhos temporais que se alçam e caem com as marés de seu corpo. Nut é a Deusa do Céu e era chamada de Nutos por Faraós, já que seu nome sagrado só poderia ser pronunciado por eles. Seu nome significa “o céu que acolhe os mortos no seu império”. Seu dia foi tradicionalmente considerado 25 de fevereiro. Nut às vezes também era chamada de “aquela que deu a luz aos Deuses”






Nut, Deusa do céu estrelado é amante de Geb, Deus da terra. Tiveram cinco filhos em um cinco dias consecutivos, sendo eles Osíris (associado à vegetação e a vida pós-morte), Ísis (protetora da magia e da natureza), Néftis (representa a terra árida, o deserto e a morte), Seth (Deus da violência) e Hatho (Deusa do amor, beleza, música, maternidade e de alegria). Osíris e Isis já se amavam no ventre da mãe e a maldade de Seth, logo ficou evidente, quando ao nascer, este rasgou o ventre da mãe. Nut e Geb são irmãos. O primeiro Deus, Khepera, ligado à imagem do escaravelho, que se criou a partir da matéria primordial fez sua primeira criação sendo ela os deuses Shu (Deus do ar seco, calor, luz e perfeição) e Tefnut (Deusa da umidade e das nuvens). Dos Deuses Shu e Tefnut nasceram Nut e Geb. Nut apesar de casada com Rá era uma amante apaixonada por Geb. Durante o dia eles eram separados por Shu, seu pai e o Deus do ar, mas à noite, Nut descia para fazer amor com Geb. Se houvessem tempestades durante o dia, os egípcios acreditavam que era a aproximação de Nut da terra para encontrar Geb. O amor deles deixou o marido, o Deus Rá com raiva, que decretou que ela não poderia ter filhos durante os 360 dias do ano. Infeliz, Nut pediu ajuda a Thoth, o deus da sabedoria. Thoth roubou luz da lua para criar cinco dias novos (fazendo com que o ano durasse 365 dias); foi quando Nut deu vida aos seus cinco filhos. Nut comia todo dia no fim da tarde seu marido, o Deus do Sol, Rá e ao amanhecer o dava a vida pela vulva.







Em novembro de 1922 foi descoberto o túmulo de Tutancâmon. O túmulo encontrava-se inviolado em ligaduras, com exceção da antecâmara onde os ladrões penetraram por duas vezes, talvez pouco tempo depois do funeral do rei.
A câmara funerária foi aberta de forma oficial no dia 16 de Fevereiro de 1923. Estava preenchida por quatro capelas em madeira dourada encaixadas umas nas outras, que protegiam um sarcófago em quartzito de forma retangular. Em cada um dos cantos do sarcófago estão representadas as deusas Ísis (protetora da magia e da natureza), Néftis (representa a terra árida, o deserto e a morte), Neit (divindade funerária e deusa inventora) e Selket (Deusa que facilitava a respiração). Dentro do sarcófago encontravam-se três caixões antropomórficos (que atribui característica humana a um Deus), encontrando-se a múmia no último destes caixões; sobre a face da múmia tinha a famosa máscara funerária. Decorados com os símbolos da realeza (a cobra e o abutre, símbolos do Alto e do Baixo Egito, a barba postiça retangular e ceptros reais), o peso dos três caixões totalizava 1375 quilos, sendo o terceiro caixão feito de ouro. Na câmara funerária foram colocadas também três ânforas (tipos de vasos). Os estudos revelaram que a ânfora junto à cabeça continha vinho tinto, a colocada do lado direito do corpo continha shedeh (variedade de vinho tinto mais doce) e a terceira, junto aos pés, continha vinho branco. Esta pesquisa revelou-se importante, pois mostrou que os egípcios fabricavam vinho branco, mil e quinhentos anos antes do que se pensava. Quando encontraram o tumulo de Tutancâmon junto dele acharam um peitoral no qual invocava a proteção da Deusa Nut. Lá estava escrito “Nut minha divina mãe, abre tuas asas sobre mim enquanto brilharem nos céus as imorredouras estrelas”. Além da múmia do Rei Tutancâmon acharam dois fetos femininos em uma câmera ao lado onde se acreditam serem duas filhas nascidas prematuras.






O livro dos mortos egípcios é o nome dado para um conjunto de rituais, orações, formas de encantamentos além de imagens e historias de Deuses e Deusas. No livro dos mortos egípcio há historias de Nut já que ela é vista como a Deusa da ressureição além de ser o céu estrelado. Ela é considerada a Deusa da ressureição, pois todo fim de tarde no oeste ela comia seu marido o Deus do sol, Rá, e o ressuscitava no leste. Através dessa historia de Nut e Rá, os egípcios passaram a crer que ela ressuscitaria os mortos pela sua vulva. Em todos os sarcófagos já encontrados ela esta citada nas paredes em forma de pintura. Em tal livro contam magias que os egípcios acreditavam chamar Nut para que o falecido seja ressuscitado. Além disso, no dia do funeral faziam-se danças em homenagem a Deusa Nut.





Nut também às vezes é representada como uma vaca, pois através do leite da vaca criou-se a via láctea e os dois grandes olhos criaram-se a Lua e o Sol. O corpo da vaca seria a noite. Além de ser relaciona a vaca pode ser também a porca devido a seus leitões de estrelas. Há somente duas festas ligadas a Nut uma chama-se “Nut e Rá” e a outra é “Festa da Porca”. Os dias do nascimento de seus filhos são comemorados no Egito como sendo:
1. Osíris - um dia de nascimento.
2. Hatho- um dia de felicidade.
3. Seth - um dia de azar
4. Isis - um dia de sorte.
5. Néftis - um dia de recolhimento.
Atualmente a antiga religião egípcia tem sido praticada com o nome de kemetismo. Não é idêntica a antiga, mas é neopagã e tem os antigos preceitos.


22 dezembro 2011

Charlotte Brontë- Revolução literária

Charlotte Bronte nasceu em Thornton, Yorkshire em 1816. Filha de um pastor irlandês com uma campesina. No ano de 1820 mudou-se para Haworth, pois seu pai foi chamado para trabalhar na Igreja de São Miguel. Um ano depois da sua mudança sua mãe faleceu e deixou a encargo da sua irmã mais velha Elizabeth Branwell o cuidado dela, seu irmão e suas quatro irmãs. Em 1824 ela e duas de suas irmãs foram enviadas para a escola anglicana. Durantes seus anos na escola suas irmãs morreram de tuberculose e devido a isso o seu pai a retirou dos estudos.
No retorno a Haworth ela e suas outras duas irmãs, Emily e Anne brincavam de contar e descrever a vida das pessoas da cidade. Através de poemas descreviam a vida cotidiana. Isso a inspirou para se tornar escritura.
Somente no ano de 1931 que ela retornou aos estudos e foi nessa época que ela conheceu Ellen Nussey e Mary Taylor. Com Ellen Nussey trocou mais de 500 cartas o que facilitou o surgimento de sua biografia póstuma (após a morte).
Nessa mesma época ela escreveu seu primeiro romance “O Anão Verde” (1833) sobre o codinome de Wellesley. Trabalhou durante bons anos como governanta em diversas casas da cidade. No cunho politico apesar de ser tímida discutia suas crenças em praça publica e pregava a tolerância ao invés da desordem. Ela hoje é referencia na literatura inglesa. Escreveu diversos romances e mais tarde aderiu o pseudônimo de Currer Bell.







Suas irmãs Emily e Anne chegaram a fundar uma escola que não sobreviveu devido ao fato de serem mulheres. Logo após essa decepção optaram pela escrita como forma de trabalho.
No ano de 1846, Charlotte e suas irmãs Emily e Anne publicaram uma coleção de poesias juntas. Seus codinomes eram Currer, Ellis e Bell Acton. Somente venderam duas cópias. Apesar disso, suas irmãs continuaram a escrever só que separadas. Charlotte pouco tempo depois publicou alguns romances. Seus romances foram considerados grosseiros para os críticos literários. Houve especulações sobre seu codinome Currer Bell e se realmente ele era homem.
Em 1847, Charlotte publicou “Jane Eyre”, e depois em 1849 “Shirley” e “Villette” em 1853. Esses foram seus romances mais famosos.
Seu irmão faleceu no ano de 1848 de bronquite crônica, apesar disso Charlotte acreditava que seu irmão havia falecido de tuberculose. Alguns ainda acharam que ele morreu devido a uso de ópio. Na família só restava ela, suas duas irmãs, Emily e Anne, e seu pai. Um ano após a morte de seu irmão suas irmãs vieram a falecer de tuberculose.
Após o sucesso de um de seus livros (Jane Eyre) Charlotte foi persuadida pela sua editora a conhecer Londres e revelar sua verdadeira identidade. Assim foi feito por ela. Charlotte começou a fazer parte de um circulo social extremamente importante e fechado.
Conheceu Harriet Martineau, Elizabeth Gaskell, William Makepeace Thackeray e GH Lewes, a maioria era escritor, filósofo ou critico de arte.
Tal livro de grande sucesso criou um movimento feminista na literatura, coisa que antes era proibido (mulher não escrevia naquela época). Seu romance, Jane Eyre tinha como personagem principal Jane Eyre que era a própria escritora.







Em junho do ano de 1854, Charlotte casou-se com Arthur de Bell Nicholls. Para alguns críticos literários seu marido virou personagem em algumas de suas obras. Logo após seu casamento ela engravidou e sua saúde começou a declinar. De acordo com uma de suas amigas e biografa Gaskell, Charlotte devido à gravidez tinha sucessivos ataques de enjoos e vômitos. Ela faleceu aos 38 anos logo após o parto com seu filho ainda nos braços. No atestado de óbito consta tuberculose, mas os biógrafos acreditam que ela tenha falecido de desnutrição devido a seus enjoos e vômitos constantes. Alguns creem que ela faleceu de Tifo, pois um de seus empregados mais antigos faleceu disso meses antes dela. Charlotte foi enterrada no jazigo da família na igreja de São Miguel onde seu pai trabalhou.
Sua biografia póstuma foi escrita por sua amiga Gaskell e leva o nome de “A vida de Charlotte Brontë”. Essa foi à primeira de muitas biografias sobre Charlotte. Gaskell em sua escrita suprimi o amor que Charlote carregava por um homem casado cujo nome era Heger. Para época aquele amor seria uma afronta à sociedade e a moral contemporânea. Além de poder ofender seu marido e amigos. Além dessa história de amor não contada no livro de Gaskell houve pequenas outras omissões. No livro de Juliet Barker sobre Charlotte “O Brontës” essas omissões são contadas e a fonte de veracidade é o diário da irmã de Charlotte, Emily.







“A vida é muito curta para ser gasta nutrindo animosidade ou registrando erros.”
Charlotte Bronte

19 dezembro 2011

Deus Sol

Litha ou Midsummer é o momento em que o deus Sol está em sua plenitude. A partir do solstício de verão os dias deixaram de ser tão longos até que a noite seja mais longa que o dia chegando assim ao solstício de inverno.
O Deus sol pode ser encontrado em diversas mitologias. Mas sendo todos cultuados como o Deus sol.
Para a cultura Inca assim como a Lua o Sol também era muito venerado. Eles acreditavam que o rei da tribo descendia do deus Sol e ele possuía características espirituais que lhe eram transmitidas ao mascar folha de coca.
Essa cultura deixou diversos templos dedicados ao Deus Sol e muitos deles hoje são famosos como, por exemplo: o Templo do Sol ou Ccoricancha localizado em Cusco no Peru, o templo de Vilkike, o templo do Aconcágua (a montanha mais alta da América do Sul) e o Templo do Sol no Lago Titicaca.
Dentro de seu templo mais famoso, o Templo do Sol em Cusco, há incrustações douradas representando espigas de milho, lhamas e punhados de terra.
Porções de terras eram doadas aos sacerdotes para que eles vivessem vidas reclusas e administrasse o templo do Deus sol e sua festa.







Na mitologia Grega o Deus Hélio é a representação do Deus Sol. Ele é um servidor de Zeus e percorre todos os dias o céu vindo do leste numa carruagem de fogo sendo puxada por quatro cavalos cujos nomes são: Pírois, Eoo, Éton e Flégon. No fim do dia mergulha no mar onde seus cavalos se banham. Nada passa pelo olhar de Hélio que é muitas vezes chamado por outros deuses para servir de testemunha.
O colosso de Rodes uma das 7 maravilhas do mundo antigo foi construído em sua homenagem.
Tal estatua tinha 30 metros de altura e era composta de bronze. Tinha cada pé de um lado do canal e qualquer embarcação que chegasse a Rodes passava por baixo do colosso ganhando assim as benções de Hélio. A estátua ficou em pé somente por 55 anos quando um terremoto a derrubou.
Hélio possuiu duas amantes que foram transformadas por ele mesmo uma em planta heliotrópica (plantas que seguem o sol) e a outra em Olibano. Tais plantas eram sagradas na Grécia.







Para os egípcios o Deus Hórus era o deus Sol. Hórus possuía a cabeça de falcão e seus olhos representavam o sol e a lua. Ele possuía um inimigo chamado Seth. Seth era o Deus da inveja, da desordem, do deserto e da guerra. Hórus matou Seth, mas nessa guerra ele perdeu um olho, que mais tarde foi substituído por uma serpente usada na cabeça. Após a vitória dessa guerra se tornou rei do Egito.
Para os Celtas essa representação de Deus Sol era transmitida através da deidade chamada Belenus. O significado de seu nome ainda é obscuro podendo ser “o iluminado”. Os romanos o identificaram como Apolo, mas esse mesmo Deus tem semelhança com outros 15 deuses celtas.
Belenus foi muito cultuado na Gália, Britânia e áreas da Áustria e Espanha. Há templos dedicados a tal divindade em uma comunidade italiana chamada Aquiléia e em Kirkby Lonsdale na Inglaterra.
Seu nome possui variantes de acordo com a tribo que se encontrava. Pode-se encontrar esse mesmo Deus com o nome de Beli, Bellinus ou Belus



16 dezembro 2011

Mulher Milho

Para os povos nativos o milho é considerado uma Deusa.
Para a tribo Arikana, o Deus Criador (Nessaru) criou a Deusa do milho através de uma espiga que nasceu no céu. Somente através dela o povo aprendeu a honrar as divindades e a plantar o milho. Ela é literalmente o milho que se entrega ao seu povo para alimenta-lo, nutri-lo e sustenta-lo.
Assim como a tribo Arikana outras também acreditavam na mulher do milho. Algumas tribos famosas que a cultivavam era os Cheyenne, os Cherokee e os Astecas.
Para o povo Asteca seu nome muda de Mulher do Milho para Chicomecóatl que significa “sete serpentes” e ela era a forma feminina de Centeotl (Deus do milho). Também poderia ser chamada de Xilonen que significava “a peluda”, isso se dava devido às barbas que o milho. Xilonen era casada com Tezcatlipoca (deus do céu noturno, da lua e das estrelas; senhor do fogo e da morte) e era ela que protegia os ciclos do milho.
Outro nome associado à Mulher do Milho era Ilamatecuhtli que significava “A senhora da saia velha” já que palha que envolve o milho, junto da barba da à sensação de saia desgastada.
Em algumas versões de sua história ela é tida como irmã do Deus da chuva, Tlaloc.
A mulher do Milho é uma das divindades mais antigas da América.

Como toda Deusa ligada à plantação esta também é ligada à fertilidade.
Para os Astecas ela gerava uma nova colheita através do ato sexual.







A Mulher Milho é muitas vezes representada com o rosto pintado de vermelho e espigas de milho em suas orelhas. A antiga cerimonia dedicada a esta deusa era feita através de sacrifício. Uma jovem mulher era morta, seu sangue vertido a Mulher do Milho e sua pele era dada ao sacerdote. Tal ritual acontecia, pois os antigos mexicanos acreditavam que vertendo sangue a um Deus ele estaria o enchendo de poder fazendo com que os males da terra não sobressaíssem. Ao oferecer sangue humano a um Deus ele faria chover, traria uma terra prospera e etc. Eles faziam a oferenda a Mulher do Milho, pois no seu aspecto de terra que não gera uma nova colheita ela destrói a base da sociedade asteca que era voltada para a plantação de milho. Quando a Mulher do Milho é representada como terra árida ou seca ela carrega com ela um crânio na mão, garras de jaguar (já que este animal é visto como inimigo da luz para os astecas) roupa de serpente e mando da noite.
Um de seus símbolos era levado com a Mulher do Milho no seu aspecto negativo, pois:
O jaguar era o oposto da águia na sociedade asteca. A águia representa a ave que acompanha a luz já que é a única que olha para o sol sem ter problemas na vista. Enquanto isso, a boca do jaguar representa a terra, aquilo que engoli o astro rei, o sol. O jaguar engoli o dia, o sol e as estrelas. Para os Astecas há um mito primordial que conta que uma Deusa desce do céu e ela é desmembrada, criando assim todas as criaturas terrestres, e para cada criatura há uma Deusa relacionada.
Atualmente há outro tipo de ritual feito a ela que acontece no mês de Huei Tozoztli (setembro), faz-se jejum prolongado nesta época e seus templos são decorados com espigas de milho e serpentes para que tal Deusa possa abençoar.







Na sociedade asteca o lado masculino prevaleceu. Geralmente se adorava mais a figura masculina, mas apesar disso é possível encontrar em relatos de manuscritos uma figura que parece homem, mas se chama Mae- Terra ou Mulher –Serpente.
Em uma tribo só duas pessoas supervisionavam a aldeia, esses eram o chefe e a mulher-serpente. O chefe cuidava dos afazeres civis e religiosos enquanto a Mulher-serpente cuidava da forma ao culto as Deusas e cuidava dos templos.
Apesar de atualmente acharmos que os astecas eram patriarcais, isso só ocorreu mais tarde, pois no inicio eles eram matriarcais. Como em toda sociedade o principio masculino solar sobrepôs o feminino lunar.
A sociedade asteca vivia em guerra para que pudesse ter prisioneiros para seus sacrifícios aos Deuses.
Para que a Mulher do Milho lhes oferecesse uma boa colheita eles lhe davam um ritual. Assim como era oferecidos a outros deuses com outros fins.







A Deusa Mulher do Milho é uma deusa tríplice. Era representada ou como uma jovem levando flores ou uma mãe que usa o sol como escudo ou uma mulher cujo abraço produz a morte. Possui também três nomes. Eram eles: Chicomecóath, Chalchiuhtlicue (pedra preciosa) e Xilonen.
Xilonen é a representação donzela da Mulher do Milho, aquela que é fertilizada todo dia pelo sol, mas permanece virgem. É a lua crescente. No México ainda há uma tradição feita para ela para que as jovens chamem mais atenção dos rapazes. Xilonen é o nome mais popular dela e ainda há danças dedicadas a ela. Hoje em dia uma sacerdotisa verifica o local da cerimonia e tipo de ritual realizado, enquanto isso as jovens se ornam para oferecer o melhor a Deusa. A oferenda é de danças, e milhos.
A festa é aberta para turista e a base das comidas oferecidas é de milho.
Há muita dança, comida e oferendas. Hoje em dia o ritual virou uma festa e tem concursos de miss milho e muitos outros tipos de entretenimentos inclusos aos antigos ritos.



14 dezembro 2011

Litha ao redor do mundo

O ritual de Litha tem referência à entrada do verão. No hemisfério Norte seu dia é 21 de Junho enquanto no hemisfério Sul ocorre no dia 21 de Dezembro. Essa data não é fixa, pois nada na natureza é fixa. Ela pode variar entre dia 21 e dia 22 já que nosso ciclo do ano tem 365 dias e 6 horas... E após quatro anos entra o ano bissexto e o dia do solstício de verão altera para o dia 22. No ano de 2011 o verão entra no dia 22/12 as 02:30 da manhã.
Litha ou Midsummer como também é conhecido, é quando o dia está em sua plenitude. Este é o dia mais longo do ano. O sol neste momento esta em seu ápice e mantem seu maior brilho e elevação. O Deus também está em seu ponto máximo de poder e aos poucos começa a declinar. Isso ocorre, pois depois do maior dia do ano, aos poucos os dias tentes a ser menores ate que chegue a maior noite do ano que é o solstício de inverno (Yule).
Neste Sabbat é hora de pedirmos coragem e energia.
Antigamente, no solstício de verão eram realizados casamentos para que estes fossem tão fortes quanto o Deus Sol e mantivesse sua plenitude como o primeiro dia do verão.
Já o Beltane que é considerado um Sabbat de fertilidade havia casamentos, mas somente de reis já que para eles era necessária a formação de um filho para se consumar o casamento.
Ao redor do mundo a celebração deste Sabbat foi absorvida a uma festa cristã cujo nome é São João. Tal nome originou-se do nome das ervas usadas com fins curativos e mágicos além de trazer proteção e que proporcionar sonhos e presságio.






Litha é comemorada em diversos lugares de formas diferentes

• Na Servia o solsticio de verão é vivido da forma mais tradicional. Com muita festa eles recebem o Deus Sol. Mulheres e meninas recebem o sol com suas coroas de flores vermelhas ou laranjas na cabeça para que tal dia seja quente como essas cores. Ao longo do dia há muita festa e a noite acendem-se diversas fogueiras em homenagem ao Sol.

• Na Russia e na Ucrania o Ivan Kupala Day ou solsticio de verão foi adicionado ao calendário da igreja cristã ortodoxa. Os festejos começam com as mulheres e as meninas do vilarejo ou da região pondo suas guirlandas de flores nos rios e cantando vitórias e conquistas. Logo depois as pessoas tendem a pular uma fogueira e na maioria das vezes nuas. Além deste tradicional ritual há uma variação dependendo da região. Outra forma de pratica de reverencia ao Deus Sol é amarrar uma cavalo a um poste e dançar para ele. Logo depois há uma corrida de cavalos.

• Na Romênia Litha é conhecida como Drăgaica ou Sânziene. O ritual acontece com a dança de sete meninas onde uma delas veste-se de noiva e usa guirlanda de trigo e as outras a homenageiam. É comum feiras de verão na Romênia.

• Em Portugal o solstício de verão foi aderido ao dia de Santos Populares. As ruas ficam cheias de balões e com flores vermelhas e laranjas. É dia de festa e de muita comida e bebida.

• Na Polônia, as pessoas comemoram esse dia com meninas pondo suas guirlandas no mar Báltico ou em rios e lagos. O povo tende a virar a noite com muita festa e muita fogueira. Os poloneses chamam esse dia de Noc Swietojanska.






• Na Noruega é costume ter uma grande fogueira em diversos lugares. Casamentos são festejos comuns nessa época. Simulações de casamentos ocorrem entre crianças para simbolizar algo prospero e forte para o ano que entra. À noite meninas tendem a por uma guirlanda de flores de baixo do travesseiro para sonhar com o futuro marido. O povo norueguês chama esse festejo de Jonsok

• Na Irlanda costuma-se ter muitos jogos e feiras de verão nesta época do ano.

• Na Áustria, o solstício de verão é comemorado com muitos fogos de artificio e uma procissão espetacular de navios pelo rio Danúbio.

• O Canadá comemora esse dia com muitas fogueiras.

• Na Croácia esse dia é chamado de Ivanje e é homenageado com muitas fogueiras.

• Na Dinamarca, esse dia é reverenciado com o nome de Sankt Hans Aften. Era o dia em que os anciões das tribos e sacerdotisas iam buscar ervas que seriam usadas ao longo do ano. Esse ritual tem relatos desde a época dos Vikings que visitavam poços de curas e faziam fogueiras para afastar os maus espíritos.

• Na França este dia também é comemorado pela igreja católica como dia de São João Baptista. O nome dado a este festejo é Fête de la Saint-Jean. Fogueiras são acessas neste dia.

• Na Alemanha esse dia leva o nome de Sommersonnenwende. Há um decreto que não se podem proibir cultos praticados pelos antepassados e é por isso que toda a Alemanha entra em festa. Com muita fogueira e muita comida e bebida a Alemanha comemora Litha em festejo.







• Na Hungria Litha é comemorado com meninas pulando a fogueira e meninos as observando. Eles consideram essa data com o nome de Noite Santa de Ivan sendo uma referencia a St. Ivan que é uma derivação de São João.

• Na Itália o solstício de verão é festejado junto com o dia de São João Baptista. Fogos de artificio são comuns nessa época do ano. Em Roma faz-se um ritual cujo nome é Vestália. Tal festival é realizado para a deusa romana Vestia. No solsticio de verão é quando é realizada a limpeza de seu templo e o momento em que ela é reverenciada. Esse ritual tem intensão de purificação.

• Em Jersey, o rito pagão foi praticamente destruído e retornou em forma de folclore no século 21. Fogueiras são acessas e ocorrem danças ao redor dela. Usa-se nessa época bachîn como forma de homenagem ao Deus Pan e quebrasse conchas e chifres contra a destruição da tradição que ocorreu em Jersey.

• Na Letônia, tal ritual é festejada com diversos queijos, uma imensa variedade de vinhos, muita dança e fogueira. As mulheres usam guirlandas de flores e os homens de folhas. Tal ritual carrega o nome de Jani e costuma-se prender gravetos de carvalhos nos carros em homenagem ao Deus Sol.

• Na Lituânia, há muita dança ao redor de fogueiras e quando o sol se põem as pessoas contam histórias ao redor das fogueiras e recebem o orvalho da noite. Ao amanhecer elas recebem benções do Sol, as mulheres depositam suas guirlandas de flores nos rios e voltam para suas casas.

• Na Espanha Litha entra com muita fogueira nas praias e fogos de artifios. As mulheres costumam a colher ervas e depositar suas guirlandas no mar ou em rios. Os homens tendem a cantar ao redor da fogueira.






• Na Grécia acontece o Dia dos Casais. Em tal dia ocorre uma sucessão de casamentos reverenciando o Deus sol. Além disso, em Creta é nesta data que se costuma comemorar o ano novo, pois é o fim da colheita do mel. Para os cretenses o zumbido das abelhas era a voz da Deusa anunciando a sua regeneração.

• No País de Gales tem a Festa de Epona. Epona é a Deusa referente à proteção aos cavalos, mulas e burros. Também é considerada Deusa da fertilidade. A cada solstício de verão ela é celebrada com excursões a estábulos e pedidos e florescimento.

• Para os nativos norte-americanos, Litha é reverenciado em forma da Dança do Sol. Tal dança tem como objetivo reverenciar o sol. Os povos nativos cravam estacas no peito e dançam ao redor de um poste de madeira durante horas ou dias até que a estaca rompa a pele. Nesse momento eles têm contato com o mundo espiritual. Esse rito é feito somente por homens.

• Na Inglaterra, o solstício de verão entra com muita festa. Neopagoes tendem a ir até a Stonehenge e festejar esse dia com muita comida, bebida, danças e casamentos. É a única época do ano onde tal monumento é aberto para que se possa tocar nas pedras magicas, a Stonehenge. Em todo o pais Litha entra com muita fogueira e festa.






Na noite de Litha fadas, duendes e outros elementais tendem a correr pela terra e festejar o fervor da vida.

12 dezembro 2011

Preparativos para o Ritual

Para que qualquer ritual possa acontecer a casa onde ele será abrigado deve estar limpa fisicamente e energeticamente
Apesar de Litha (solstício de verão) acontecer no dia 21/12 iremos comemora-lo no dia 17/12.
Os preparativos de um ritual deve começar uma semana antes de ele acontecer para que tudo esteja bom e agradável, para que as pessoas se sintam bem a acolhidas e as energias sejam de amor, compaixão e amizade.
Para quem somente vem ao ritual acha que presidi-lo é algo fácil, mas é um engano terrível. Para quem o preside não fica somente o encargo na hora do ritual, o encargo administrativo para a formação e concretização dele também fica junto com o sacerdote ou sacerdotisa da casa.
A limpeza física da casa é sempre igual, mas a espiritual não. Dependendo do festejo e das condições é um tipo de limpeza e quem decide isso é o próprio dirigente da casa.
Cada sabbat tem um padrão a ser seguido, algo de caráter básico que deve ter em cada ritual. O sacerdote ou a sacerdotisa que decidem o que mais incrementar no festejo, o que a casa esta precisando fazer ou algo que seu mentor lhe ajudou a formular.
Para o nosso próximo ritual, Litha, ou qualquer outro, o jardim é arrumado e cortado para que não acumule energia. Além disso, um bom jardim chama insetos tão lindos como a borboleta. Como já dizia Mário Quintana
"O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você."







A casa é arrumada e limpa fisicamente pra que o ambiente esteja aconchegante e cheiroso. Tudo que nos abriga deve estar limpo sempre e ainda mais em dias de rituais.
Ao longo dos dias anteriores ao sabbat a casa é limpa energeticamente com tipos diferentes de ervas, resinas e folhas para que no dia do festejo o clima seja sempre de amor, amizade e companheirismo. Pois como diz Chico Xavier
“Ambiente limpo não é o que mais se limpa e sim o que menos se suja.”
No dia do ritual ainda há a preparação da mesa de comida, do altar e a administração dos lugares para que as pessoas possam se acomodar.
Isso tudo vem antes para que no dia as pessoas se sintam levem como pássaros, acolhidas, se relacionem bem umas com as outras e troquem experiências e que levem consigo o melhor ritual, até que o próximo chegue...



10 dezembro 2011

Hypatia uma grande mulher

Hypatia foi uma grande filósofa e astrônoma.
Nasceu em Alexandria no ano de 355 e foi assassinada no ano de 415. Sua morte aconteceu devido ao fato dela ser uma filósofa pagã. Atualmente acreditam que sua morte se sucedeu por conflitos políticos, mas fato é que naquela época a grande parte da sociedade era Crista e assíduos.
Ela era filha de Teon um grande filósofo, astrônomo, matemático, autor de diversas obras e professor em Alexandria.
Hypatia estudou na Academia de Alexandria, onde adquiria cada vez mais conhecimento: matemática, astronomia, filosofia, religião, poesia e artes.







Quando ainda jovem viajou para Athenas para conhecer a educação na Academia Neoplatônica, onde não demorou a se destacar devido aos seus conhecimentos. Ao retornar a Alexandria foi convidada a participar da Academia de Alexandria dando aulas. Foi neste cargo de professora que possibilitou seus maiores estudos e experimentos. Aos 30 anos já era diretora da Academia.
Um de seus alunos foi o notável filósofo e bispo Sinésio de Cirene, que lhe escrevia frequentemente, pedindo-lhe conselhos. Através desses documentos históricos e que sabemos sobre diversos instrumentos desenvolvidos por ela e que hoje usamos na física e na astronomia
Ficou famosa entre os matemáticos da época por sua obsessão em descobrir o que era desconhecido e solucionar problema muitos das veze não solucionados por tais matemáticos.
Foi uma mulher que nunca se casou e uma de suas frases mais famosas é: “Sou casada com a verdade”, essa frase era sua resposta para a pergunta sobre o casamento.







O inicio de seu declínio começou pouco antes de sua morte.
No ano de 391 o catolicismo se torna religião oficial de Alexandria e após isso o então Teodósio I (379-392) atende ao pedido do Patriarca de Alexandria, Teófilo, e autoriza a destruição do Templo de Serápis um vasto santuário pagão. Muitos confundem tal templo com a Biblioteca que havia em Alexandria, mas fato é que eram coisas distintas, mas ambas eram ricas em pergaminhos, uma continha estudos em geral e a outra relatos sobre o paganismo.
Quando Hypatia descobre tal ato ela corre até ao templo e tenta salvar o máximo possível de pergaminhos. Através deste ato ela já era vista como algo ruim para a sociedade de Alexandria e a crista também.







Depois de Teodósio I, Cirilo assume o cargo de Patriarca de Alexandria (título de dignidade eclesiástica, usado em Constantinopla, Jerusalém e Alexandria). Cirilo era um cristão fervoroso e lutou sua vida defendendo a ortodoxia da Igreja e combatendo a heresia. Hypatia negava Jesus Cristo e Maria, ela acreditava na natureza, e que tudo tinha um por que.
O único relato sobre sua morte foi descrito por Sócrates que confessou que tal ato aconteceu numa tarde do ano de 415 quando ela retornava do museu. Hypatia foi atacada na rua por cristãos enfurecidos que a desnudaram e a levaram para uma igreja, lá ela foi torturada e teve seu corpo dilacerado com conchas de ostras e depois foi queimada no centro da cidade.
Alguns historiadores acreditam que atrás da morte de Hypafia estava seu ex-aluno e atual e bispo Sinésio de Cirene. Isso possivelmente aconteceu devido a problemas políticos da época e todos relacionados à religião.
Hypafia foi quem desenvolveu estudos sobre a Álgebra tendo escrito um tratado sobre o assunto além de comentários de outros matemáticos clássicos da época como Ptolomeu.
Sua vida foi relatada em um filme cujo nome é Alexandria.



08 dezembro 2011

Lua e sua importância





Lua é importante para a natureza.
É ela que regula as marés, plantações e colheitas, e nossa menstruarão.
Nos tempos modernos mudamos nossos calendários menstruais para dias, mas mesmo assim há muita mulher que acha que seu ciclo está sempre desregulado. Isso ocorre, pois não é por dia que devemos calcular nossa menstruação, mas sim por fase lunar. Como tudo na natureza, as fases lunares não tem dia certo para acontecer, é algo cíclico, variante.
Para os antigos o momento em que a mulher estava menstruada ela estava no seu ápice de poder. Junto disso ela fazia os melhores unguentos, magias e ao mesmo tempo se protegia, pois também era seu momento mais vulnerável.
Além da menstruação muita gente segue a lua como forma de manter o cabelo bonito e saudável. Se a Lua regula nosso temperamento, nossa fase menstrual, as marés, as plantações e as colheitas porque não influenciaria no cabelo.
A Lua é o único satélite natural da terra. Ela possui fases e quando coincide de estar na mesma direção do sol forma assim os eclipses. Para muitos povos antigos os eclipses eram vistos como um momento de grande concentração de energia.
Para as religiões antigas a Lua tem grande importância e suas fases são vistas como:

Fase Nova ou Lua nova:Começa um novo ciclo. É um momento propicio para que as ideias fervilhem na sua mente. Todo inicio de ideia e atitude tende a crescer junto com a lua.

Fase crescente ou Lua crescente:Uma boa lua para o desenvolvimento de projetos. Excelente para o crescimento em todos os sentidos.

Fase Cheia ou Lua Cheia:É uma lua onde normalmente temos grandes intuições. Período de ápice das coisas. Bom para começos. Lua positiva para afirmar laços afetivos. Lua do amor.

Fase minguante ou Lua Minguante:É momento em que devemos rever nossas ideias antigas para nos preparar para começar o novo, com mais sabedoria. Nosso temperamento fica mais tranquilo e ficamos menos impulsivos. Além disso, é uma boa lua para limpar a casa e rever objetos. Fim do ciclo.







"O Eterno Espanto
Que haverá com a lua que sempre que a gente a olha é com o súbito espanto da primeira vez?"
Mário Quintana

06 dezembro 2011

Mulher Mutante

A Deusa Mulher Mutante pode ser chamada também como Estsanatlehi que significa “a que se renova” na língua navajo ou apache. Ela é panteão norte-americano. Dizem que ela pode mudar a sua idade sempre que cruzar o horizonte. Além desses dois nomes podemos chama-la também de Mulher da concha branca ou Mulher turquesa, que são variantes na cor de seu vestido de acordo com a estação do ano. Ela representa a renovação, a mudança, a fertilidade e o eterno ciclo da vida. Ela é vista como jovem na primavera, feminina no verão, perde a fecundidade no outono e anciã no inverno até cruzar o horizonte e refazer o ciclo. Ela é a esposa de Tsohanoai, o Deus do sol e irmã Yolkai Estsan, a esposa da lua. A turquesa, sementes e conchas são alguns objetos de conexão.






A mulher mutante nasceu da Escuridão com a Aurora. . Era mantida com segurança pelos relâmpagos e pelos raios do sol enquanto dormia com seu lençol de nuvem e arco-íris. A mulher mutante é órfã e foi encontrada na montanha. Em algumas historias ela foi encontrada por um coiote, em outras por um casal de humanos ou então por uma sacerdotisa chamada Atse Etsa. Apesar dessa divergência na historia na maioria das fontes diz que ela foi encontrada por Atse Etsa, então irei considerar ela como quem achou a Mulher Mutante. Quando a Mulher Mutante cresceu se apaixonou por um jovem e namorava com ele todo dia na mata. Tempos depois Atse Etsa descobriu que tal jovem era o Deus Sol. A mulher Mutante ficou gravida e deu a luz a gêmeos, o primeiro de chamou O Matador de Monstros e o segundo de O nascido para a agua. Cada um de seus filhos tinha um legado que seriam livrar a terra dos monstros e ser pai de todas as aguas do mundo respectivamente. Oito dias após o nascimento de seus filhos eles já eram adultos e foram ao encontro do pai.






Quando os dois filhos da Deusa chegaram à morada do pai, Tsohanoai, O Deus Sol encontraram outra mulher. Eles utilizaram os instrumentos mágicos do pai e destruíram vários monstros que ali moravam, e os da terra também. Para comemorar a vitória eles construíram para a mãe uma casa toda de turquesa no fim do céu, onde o Deus Sol e seu esposo pudesse visita-la. Após a grande “guerra” contra os monstros a terra ficou quase que vazia e a Mulher Mutante raspou a pele de seus seios, costas e ombros e criou um casal. Tal casal é da tribo navaja. Eles se reproduziram rapidamente dando origem ao clã Navajo. Assim a terra poderia ter habitante e ser calma já que não havia mais a presença dos monstros. Apesar de ser considerada a Deusa da fertilidade e da criação para a tribo Navaja ela deixou que quatro monstros continuassem a viver. O inverno, a miséria, a idade e a fome seriam esses monstros. A fome ela deixou que sobrevivesse para que seu povo pudesse dar apreço as suas dadivas. Apesar disso ela abençoa as plantações, os animais de caca e as estações. Depois disso tudo ela se recolheu em sua casa de turquesa.


05 dezembro 2011

A Papisa Joana

Não há nenhum relato de que realmente existiu uma papisa, mas também não há que não!
Ela teve seu reinado após a morte do Papa Leão IV e após ela reinou o Papa Bento III (anos de 850 e 1100).
Sua história na Igreja Católica é conturbada. Dizem que após Papa Leão IV falecer assumiu Papa Joao VIII. Contam que ele era um Papa extremamente inteligente e por muitos conhecido como o “príncipe dos sábios” além de ter grande conhecimento em teologia e filosofia, surpreendendo a igreja.
Há contradições no tempo de seu papado. Alguns dizem que o Papa João VIII reinou somente no tempo de 3 anos e em outras em 5 anos. Fato é que o Papa João VIII era uma mulher e após tal descoberta foi chamada de Papisa Joana.
Existem duas versões sobre sua vida. Uma delas é que ela é chinesa e foi para Roma para que pudesse estudar já que na China mulher não estuda e era reprimida. Dizem que ela se apaixonou por um oficial da guarda da suíça gerando assim um filho.
Na outra versão de sua história ela é alemã filha de um casal inglês e que se apaixonou por um monge. Viveu com tal monge por um tempo e após a separação foi para Roma se vestiu de homem para evitar escândalos. Dizem que ela ingressou no mosteiro de São Martinho. Ela foi eleita cardial com o nome de Joao, o inglês e logo depois o Papa Leão IV falecer e ela assumiu o papado por unanimidade devido a sua inteligência. Ela também gerou um filho.







A papisa foi morta em praça publica durante uma procissão. Joana sentiu fortes dores durante a procissão, não se sabe o lugar ao certo, apenas se sabe que foi entre o Coliseu Romano e a Basílica de São Clemente. Quando os padres perceberam que se tratava de uma gravidez ficaram indignados e a matou na rua. A papisa conseguiu passar despercebida a sua gravidez devido à roupa Papal ser larga. Joana chegou a dar a luz ao bebe, mas como ela, ele também foi morto pelo clero.
Joana foi amarrada em um cavalo e apedrejada até a sua morte. Ela morreu no dia das Rogações do ano de 855. A criança foi sufocada pelos padres. Os romanos em honra e respeito à papisa colocaram o seu bebê ao seu lado em seu tumulo. Joana foi enterrada no mesmo lugar onde se sucedeu sua morte. Depois de alguns anos houve um decreto para que no dia das rogações a procissão não passasse por tal praça onde a papisa foi morte. Atualmente durante tal dia a procissão percorre um longo roteiro para que não passe na praça em honra a papisa.







Após a sua morte a Igreja Católica Apostólica Romana instituiu a cadeira furada. Tal cadeira tinha como função garantir o homem no papado e evitar que uma mulher sentasse novamente no trono de São Pedro. Segundo a igreja católica a mulher é um ser inferior não podendo assim ter grandes cargos na igreja.
O sucessor de Joana, o Papa Bento III foi o primeiro a ser submetido a esta cadeira. O ritual para o novo papa era realizado da seguinte forma: tal futuro papa era conduzido ate a capela de São Silvestre onde se localizava a cadeira furada no centro na qual ele sentaria. Suas pernas eram separadas e permanecia exposto nessa posição, assim era possível ver a prova de sua virilidade. No final se aproximavam dois diáconos e o tocava para que os olhos não fossem enganados e por fim gritavam “Temos um legítimo papa!”.
Há muitas duvidas sobre a sua vida. Alguns acham que ela foi gloriosa para a Igreja Católica enquanto outros a acham abominável. Muitos acham que ela foi uma invenção já que a Igreja tinha muitos inimigos e outros acham que ela foi real já que há dois decretos católicos, um de que não se pode ter o nome papal de Joana e o segundo para que mudasse o rumo da procissão do Dia das Rogações.







Hoje vemos a papisa muitas vezes e não nos damos conta. Ela é retratada na carta de tarot cujo nome é “A Papisa” ou “Alta sacerdotisa”. A mesma é representada grávida. A carta significa sabedoria, conhecimento, intuição, chave dos grandes mistérios e ao mesmo tempo nos remete a um lugar sombrio e solitário. Além disso, a nossa sociedade criou musicas, livros, jogos e contos ao seu respeito.
Uma musica dedicada a Joana esta na canção de Randall Goodgame em seu álbum Guerra e Paz intitulada de “The Legend of Pope Joan” (a lenda da papisa Joana). Os ingleses tem um jogo cujo nome é A Papisa Joana e hoje ele é raro, mas já foi bem famoso. Dizem que tal jogo foi criado no ano de 1732.
Além disso, ela inspirou muitos livros e contos como o romance de 1866 “A Papisa Joana” do escritor grego Emmanuel Rhoides. Depois de sua publicação ele foi excomungado da igreja ortodoxa grega. O poema de Carol Ann Duffy também leva o nome “A Papisa Joana”.
Em 2006 houve outro lançamento do livro da vida da papisa, este desta vez fala que a ela era uma escriba inglesa e pouco antes de sua morte se tornou papa e teve um filho em praça publica. Obra de Chris Kuzneski.
Em um dos livros dedicados a papisa, devido ao seu sucesso tornou-se filme, cujo nome é “Papisa Joana”.



03 dezembro 2011

Maat

Maat é uma Deusa egípcia, filha do Deus Rá, divindade do sol, e esposa de Thot, que era o escriba dos deuses e possuía a cabeça em forma de íbis (espécie de ave). Maat ou Maet é a deusa da justiça, e do equilíbrio. Ela é a que julga as almas que chegam a Duat (submundo) no salão das duas verdades. Para que seu julgamento seja correto ela coloca na balança o coração do falecido e do outro lado uma pluma, se a balança se mantiver em equilíbrio, o falecido era entregue a Aaru que levava a alma para comemorar com os deuses e os outros espíritos. Caso o coração pesasse mais que a pluma ela entrega o espirito a Ammit para que o mesmo o devore. Ammit é a personificação do divido para os males realizados durante a vida do falecido. Os egípcios não acreditavam no inferno, mas sim em Ammit que devoraria a alma. Ammit é representado como parte de hipopótamo, crocodilo e leão. O coração era posto na balança, pois os egípcios acreditavam que a alma da pessoa estava no coração. Maat às vezes pode ser representada com uma pena de avestruz na cabeça ou com asas outras vezes é representada com ankh em uma mão (símbolo da vida eterna) e na outra mão um cedro (símbolo do poder).







O livro dos mortos egípcios é o nome dado para um conjunto de rituais, orações, formas de encantamentos além de imagens e historias de Deuses e Deusas. No livro dos mortos Maat é sempre representada pesando a alma do falecido e ao seu lado estão Thot, o escriba, para que tudo que venha a acontecer seja documentado para os deuses, Ammit pois caso o coração do falecido pese mais que a pena o espirito é levado por ele e Aaru, caso o espirito do falecido seja tão leve quanto a pluma, Aaru possa leva-lo para comemorar com os deuses e outros espíritos. Além de Thot, Ammit e Aaru há também Anubis. Anubis é o deus da vida pós-morte e da mumificação. Maat é citada nos livros dos mortos em uma parte cujo nome é 42 confissões negativas. A partir dessas 42 confissões é que se sabia se o coração pesava mais que a pluma ou não.








1. Eu não cometi pecado.
2. Eu não cometi o roubo com violência.
3. Eu não roubei.
4. Eu não matei os homens ou mulheres.
5. Eu não roubei grãos.
6. Eu não tenho ofertas furtadas.
7. Eu não roubei a propriedade do Deus.
8. Eu não proferi mentiras.
9. Eu tirei comida dos Deuses.
10. Eu não proferi maldições.
11. Eu não cometi adultério.
12. Eu não fiz ninguém chorar.
13. Eu não tenho comido o coração (ou seja, senti remorso).
14. Eu não ataquei nenhum homem.
15. Eu não sou um homem de engano.
16. Eu não roubei terra cultivada.
17. Eu não tenho sido um intruso.
18. Eu não caluniei ninguém.
19. Eu não tenho raiva sem justa causa.
20. Eu não tenho debochado da esposa de qualquer homem.
21. Eu não tenho debochado da esposa de [qualquer] o homem. (Repete a afirmação anterior, mas dirigida a um deus diferente).
22. Eu não me poluí.
23. Eu não aterrorizei ninguém.
24. Eu não transgredi [a lei].
25. Não duvidaram de mim
26. Eu não fechei os ouvidos para as palavras da verdade.
27. Eu não blasfemei.
28. Eu não sou um homem de violência.
29. Eu não sou um agitador para cima da contenda (ou um perturbador da paz).
30. Eu não julguei injustamente.
31. Eu não inquiri em assuntos.
32. Eu não falei palavras em vão.
33. Não tenho nenhum injustiçado, não fiz nenhum mal.
34. Eu não trabalhei feitiçaria contra o rei (ou blasfemado contra o rei).
35. Eu nunca parei [o fluxo de] água.
36. Eu nunca levantei minha voz (falado com arrogância, ou com raiva).
37. Eu não amaldiçoei (ou blasfemei) Deus.
38. Eu não agi com raiva.
39. Eu não roubei o pão dos Deuses.
40. Eu não tenho levado os bolos khenfu dos Espíritos dos mortos.
41. Eu não tenho arrancado o pão da criança, nem tratado com desprezo o Deus da minha cidade.
42. Eu não matei o gado pertencente ao Deus









Os escribas era um cargo importante na sociedade egípcia. Sua função era passar informações, sempre de maneiras claras, de religião, politica e comercio. Thot era o patrono dos escribas e era casado com Maat. Thot muitas vezes era descrito como aquele que revê Maat, ama Maat e faz Maat. “Instrução de Amenemope” uma obra literária composta de 30 capítulos de como se formar uma vida bem sucedida, sendo ela criada no Egito antigo. Essa obra literária é muitas vezes associada à obra de Thot. Em alguns relatos acreditam que Thot teve que acompanhar de perto a vida de Maat e fazer dela um documento, tendo assim surgido as “Instruções de Amenemope”. Tal obra tem sido chamada também de Literaturas de Maat já que dizem que Thot escreveu sobre a vida particular e de trabalho da Deusa Maat. Através dessa obra, conta à história que foi como eles se aproximaram, apaixonaram-se e casaram.








Um dos primeiros indícios de templo dedicado a Deusa Maat consta no Karnat. Amenhotep III era um faraó também conhecido como O Magnifico. Ele governou o Egito após a morte de seu pai e construiu não só o templo de Maat como de outros Deuses. Seu governo foi um dos melhores do Egito, constando um período grande de prosperidade. Amenhotep III criou um dos primeiros templos de Maat. Karnat compõem um conjunto de templos, capelas, torres e outros edifícios. Não constam relatos de templos de Maat somente em Karnat. Há também evidencias em Memphis e em Deir el-Medina



02 dezembro 2011

Morgana Le Fay

Morgana ou Morrigan significa “Rainha Fantasma” é uma Deusa importante da mitologia celta. Associada com a guerra e a morte no campo de batalha, algumas vezes é anunciada como um corvo. É considerada uma deusa tríade, ou seja, com três faces. Ela é conhecedora das plantas e sabe curar as doenças do corpo. Ela também conhece a arte de mudar de forma, de voar pelo ar...
Relatos antigos contam-nos que ela era uma Velha Deusa da Sabedoria, a Senhora e Rainha de Avalon, a Alta Sacerdotisa da Antiga Religião Celta. Aprendeu magia e astronomia com Merlin. Ela é símbolo independência contra a autoridade masculina. Quando zangada, é difícil agradar ou aplacar Morgana; outras vezes, pode ser doce, gentil a afável. Também era descrita em alguns livros como a mulher mais quente e sensual de toda a Grã-Bretanha. Morgana era um enigma aos seus adversários políticos e religiosos. Ela, entretanto, defendeu valentemente a fé das Fadas e as práticas dos druidas, achando entre os camponeses simples seus mais fiéis seguidores. Morgana Le fay, chama-se Morgana a Fada. Hoje é associada aos rios, lagos, cachoeiras, magia, noite, vingança e profecias.









Morgana é filha de Igraine e Gorlois. Após a morte de seu pai, Igraine se casou com Uther Pendragon e tem seu segundo filho, Arthur. Um dia Viviane, a Dama do lago e Merlin vão visitar Igraine e Uther e percebem que apesar de nova Morgana já tem visões do futuro, Viviane leva Morgana para Avalon enquanto Arthur vai com Merlin e os druidas. Afastados desde crianças cada um aprende o que é de seu legado. Quando Morgana já esta apta para afastar as brumas que dividem o mundo de Avalon do mundo comum ela já é considerada uma sacerdotisa. Por se tornar uma sacerdotisa ela participa do seu primeiro ritual de Beltane (festival de fertilidade). Lá se encontram vários homens que tinham como função caçar um cervo e quem o caçasse dormiria com Morgana. Arthur o caça. Naquele momento eles simbolizam a deusa e o deus e eles não sabem quem é um e outro. Tempos depois ela gera uma criança cujo nome é Mordred e junto disso descobre que foi com Arthur que ela dormiu naquela noite. Com raiva e vergonha do que aconteceu ela doa seu filho para a tia Morgause criar, que foi o seu maior erro. Morgause fomenta o ódio no coração de Mordred que acaba por fim por tentar matar Arthur. Arthur o mata, mas sai muito ferido do campo de batalha. Ao saber disso Morgana o leva para Avalon, o cura e o deixa descansar. Há uma lenda que diz que quando Arthur acordar ele irá unir novamente a antiga religião com seu povo.








Avalon diferentemente do que muitos acham não é somente uma ilha. Avalon também é chamada de ilha das maças. É um conjunto de ilhas onde algumas ficam submersas e às vezes sobem. Na ilha das maças há uma terra para cada “categoria” de herói e sacerdotisa. Viviane, a professora de Morgana no que se trata de magia tinha seu clã de dedicadas onde ela tinha que gerenciar, no caso era a Ilha do Lago. Havia também a Ilha dos Guerreiros que era onde Merlin levava os verdadeiros guerreiros, tinha a ilha onde ficava Merlin e os druidas, e assim por diante. Morgana por já ser alta sacerdotisa possui uma ilha em Avalon onde só é habitada por fadas e é sustentada por quatro pilares de bronze. Nas terras de Morgana somente existe mulheres e por isso seu nome é a “Terra das Mulheres”. Avalon é uma ilha não distante do mundo comum, ela é povoada de magia, ensinamentos e sacerdotisas. Essas ilhas eram terras onde tudo era felicidade, paz e abundância. Não existe o envelhecimento nem o trabalho, porque tudo cresce sem necessidade de semear e nas árvores sempre há frutos. Hoje não é mais possível encontrar Avalon, pois dizem que tal terra se perdeu nas brumas, até que o mundo creia na deusa novamente.








Por toda a Grã- Betânia é possível andar pelas ruas e ver e ouvir historia de Arthur. Geralmente elas contam sobre seus ganhos nas batalhas contra os bárbaros. Morgana nas historias é sempre vista como uma irmã má devido à atitude do seu filho Mordred em tentar matar Arthur e pelo seu ato sexual no festival de Beltane. Nas histórias contadas sempre se esquecem de contar que a espada de Arthur (excalibur) foi dada a ele pela Deusa com a intensão expulsar os bárbaros e manter a terra em paz para que Arthur pudesse “emanar” a energia da Deusa. Além disso, esquecem também de falar sobre o manto que Arthur levava para proteger tal espada que foi todo bordado com símbolos mágicos de proteção por Morgana quando ela estava menstruada, período de seu maior poder. Na época vivida por Morgana o cristianismo estava começando a se estender e pondo o povo em duvida sobre certos costumes. Normalmente sacerdotisas se deitavam com guerreiros e reis através de rituais como Beltane e com Morgana não seria diferente. Tais filhos gerados eram considerados legítimos e não havia como contestar. Morgana se afasta de suas crenças, costumes e Avalon quando descobre que seu filho é de seu meio irmão Arthur. Nesse momento ela sai da visão do paganismo e entra na ótica crista que se deitar com o meio irmão é pecado. No momento em que Mordred foi gerado Morgana e Arthur eram a Deusa e o Deus e tal filho era abençoado, naquele momento eles não eram meia irmã e meio irmão. Quando Morgana se afasta de Avalon ela deixa Viviane sem sucessora e a religião antiga sem continuidade. Durante um bom tempo Morgana se afasta da vista e dos conselhos de Viviane. Somente depois da batalha entre Arthur e Mordred é que Morgana volta as suas origens. Avalon não a aceita de volta, mas em honra a sua terra ela devolve a Excalibur (espada de Arthur) a quem a gerou, Avalon. Morgana hoje esta com Arthur na ilha coberta de brumas.








Em "Estoire de Merlin", temos uma descrição bastante detalhada de Morgana, indicando seu verdadeiro caráter e também os estreitos vínculos que estabelece com a Deusa Mãe primitiva:
“Era a irmã do rei Arthur. Era muito alegre e jovial, e cantava de forma muito agradável; seu rosto era moreno, mas bem metida em carnes, nem demasiadamente gorda nem demasiadamente magra, de belas mãos, de ombros perfeitos, a pele mais suave que a seda, de maneiras afáveis, alta esguia de corpo, em resumo, sedutora até o milagre; a mulher mais cálida e mais luxuriosa de toda a Grã Bretanha. Merlin havia lhe ensinado astronomia e muitas outras coisas, e ela havia se aplicado ao máximo, de maneira que havia se convertido em uma boa sacerdotisa, que mais tarde recebeu o nome de Morgana a Fada, em virtude das maravilhas que realizou. Explicava-se com uma doçura e uma suavidade deliciosas, e era a melhor e mais atrativa que tudo no mundo, embora tivesse sangue frio. Porém quando queria alguém, era difícil acalmá-la...” Outras versões da história de Merlin, versões hoje perdidas, porém cujo rastro encontramos na célebre obra do século XV devido a Thomas Malory em"La muerte de Arturo", com grandes relatos sobre Arthur, os cavaleiros da távola redonda e Merlin nos levam a crer que Morgana foi amante dele antes mesmo de Merlin ser de Viviane.









“Há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia.” (William Shakespeare)
Shakespeare foi um dos mais citados e representados dramaturgos de todos os tempos, com um legado que até hoje influencia todos os tipos de literatura e expressões artísticas modernas. Shakespeare deixou uma obra repleta de referências à imortalidade da alma, a espíritos benignos ou malignos, a fadas, duendes, lugares encantados, bruxarias e sortilégios. Nelas, os valores humanos são questionados e confrontados com valores espirituais, isso de forma dramática e às vezes cômica. Shakespeare trouxe Morgana à vida em um de seus textos teatrais. Ao invés de Morgana seu nome era Mab. Mab era considerada a rainha das fadas. Já em “A tempestade” ele recriou Avalon. Na historia de “A tempestade” um homem invoca forças sobrenaturais para conseguir de volta sua ilha. Na ilha, tal homem é mestre de criaturas encantadas como Ariel, espírito do Ar, e de outros espíritos da natureza. O perdão é o tema da peça, pois no final, o homem referindo-se à sua magia negra, reconhece que ela o levara para longe do desenvolvimento espiritual. “Meu encanto terminado, reduzi-me ao próprio estado, bem precário, é verdade.” “… pois de todo, ora careço da arte negra de alto preço, que os espíritos fazia surgir de noite ou de dia..” “… o auxílio procuro de vossa prece que assalta até a Graça mais alta, apagando facilmente as faltas de toda gente. Como quereis ser perdoados de todos vossos pecados, permiti que sem violência me solte vossa indulgência.”