"Sou filha do Sol, trazida pelo vento. Sou verdadeira Bruxa por dentro. Bruxa nascida do fogo, meu espirito é soberano. Sou a transformação, a destruição e também sou a criação. Vivo com liberdade, criatividade e lealdade. Assim vão me encontrar. E se procurarem bem no fundo da fogueira, lareira ou de uma vela Os meus olhos vão achar na chama daquilo que queima o meu espirito, estará lá. Mas logo vos aviso, se mau intencionado estás, não procurarás"

Rosângela Amaral

03 dezembro 2011

Maat

Maat é uma Deusa egípcia, filha do Deus Rá, divindade do sol, e esposa de Thot, que era o escriba dos deuses e possuía a cabeça em forma de íbis (espécie de ave). Maat ou Maet é a deusa da justiça, e do equilíbrio. Ela é a que julga as almas que chegam a Duat (submundo) no salão das duas verdades. Para que seu julgamento seja correto ela coloca na balança o coração do falecido e do outro lado uma pluma, se a balança se mantiver em equilíbrio, o falecido era entregue a Aaru que levava a alma para comemorar com os deuses e os outros espíritos. Caso o coração pesasse mais que a pluma ela entrega o espirito a Ammit para que o mesmo o devore. Ammit é a personificação do divido para os males realizados durante a vida do falecido. Os egípcios não acreditavam no inferno, mas sim em Ammit que devoraria a alma. Ammit é representado como parte de hipopótamo, crocodilo e leão. O coração era posto na balança, pois os egípcios acreditavam que a alma da pessoa estava no coração. Maat às vezes pode ser representada com uma pena de avestruz na cabeça ou com asas outras vezes é representada com ankh em uma mão (símbolo da vida eterna) e na outra mão um cedro (símbolo do poder).







O livro dos mortos egípcios é o nome dado para um conjunto de rituais, orações, formas de encantamentos além de imagens e historias de Deuses e Deusas. No livro dos mortos Maat é sempre representada pesando a alma do falecido e ao seu lado estão Thot, o escriba, para que tudo que venha a acontecer seja documentado para os deuses, Ammit pois caso o coração do falecido pese mais que a pena o espirito é levado por ele e Aaru, caso o espirito do falecido seja tão leve quanto a pluma, Aaru possa leva-lo para comemorar com os deuses e outros espíritos. Além de Thot, Ammit e Aaru há também Anubis. Anubis é o deus da vida pós-morte e da mumificação. Maat é citada nos livros dos mortos em uma parte cujo nome é 42 confissões negativas. A partir dessas 42 confissões é que se sabia se o coração pesava mais que a pluma ou não.








1. Eu não cometi pecado.
2. Eu não cometi o roubo com violência.
3. Eu não roubei.
4. Eu não matei os homens ou mulheres.
5. Eu não roubei grãos.
6. Eu não tenho ofertas furtadas.
7. Eu não roubei a propriedade do Deus.
8. Eu não proferi mentiras.
9. Eu tirei comida dos Deuses.
10. Eu não proferi maldições.
11. Eu não cometi adultério.
12. Eu não fiz ninguém chorar.
13. Eu não tenho comido o coração (ou seja, senti remorso).
14. Eu não ataquei nenhum homem.
15. Eu não sou um homem de engano.
16. Eu não roubei terra cultivada.
17. Eu não tenho sido um intruso.
18. Eu não caluniei ninguém.
19. Eu não tenho raiva sem justa causa.
20. Eu não tenho debochado da esposa de qualquer homem.
21. Eu não tenho debochado da esposa de [qualquer] o homem. (Repete a afirmação anterior, mas dirigida a um deus diferente).
22. Eu não me poluí.
23. Eu não aterrorizei ninguém.
24. Eu não transgredi [a lei].
25. Não duvidaram de mim
26. Eu não fechei os ouvidos para as palavras da verdade.
27. Eu não blasfemei.
28. Eu não sou um homem de violência.
29. Eu não sou um agitador para cima da contenda (ou um perturbador da paz).
30. Eu não julguei injustamente.
31. Eu não inquiri em assuntos.
32. Eu não falei palavras em vão.
33. Não tenho nenhum injustiçado, não fiz nenhum mal.
34. Eu não trabalhei feitiçaria contra o rei (ou blasfemado contra o rei).
35. Eu nunca parei [o fluxo de] água.
36. Eu nunca levantei minha voz (falado com arrogância, ou com raiva).
37. Eu não amaldiçoei (ou blasfemei) Deus.
38. Eu não agi com raiva.
39. Eu não roubei o pão dos Deuses.
40. Eu não tenho levado os bolos khenfu dos Espíritos dos mortos.
41. Eu não tenho arrancado o pão da criança, nem tratado com desprezo o Deus da minha cidade.
42. Eu não matei o gado pertencente ao Deus









Os escribas era um cargo importante na sociedade egípcia. Sua função era passar informações, sempre de maneiras claras, de religião, politica e comercio. Thot era o patrono dos escribas e era casado com Maat. Thot muitas vezes era descrito como aquele que revê Maat, ama Maat e faz Maat. “Instrução de Amenemope” uma obra literária composta de 30 capítulos de como se formar uma vida bem sucedida, sendo ela criada no Egito antigo. Essa obra literária é muitas vezes associada à obra de Thot. Em alguns relatos acreditam que Thot teve que acompanhar de perto a vida de Maat e fazer dela um documento, tendo assim surgido as “Instruções de Amenemope”. Tal obra tem sido chamada também de Literaturas de Maat já que dizem que Thot escreveu sobre a vida particular e de trabalho da Deusa Maat. Através dessa obra, conta à história que foi como eles se aproximaram, apaixonaram-se e casaram.








Um dos primeiros indícios de templo dedicado a Deusa Maat consta no Karnat. Amenhotep III era um faraó também conhecido como O Magnifico. Ele governou o Egito após a morte de seu pai e construiu não só o templo de Maat como de outros Deuses. Seu governo foi um dos melhores do Egito, constando um período grande de prosperidade. Amenhotep III criou um dos primeiros templos de Maat. Karnat compõem um conjunto de templos, capelas, torres e outros edifícios. Não constam relatos de templos de Maat somente em Karnat. Há também evidencias em Memphis e em Deir el-Medina



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