"Sou filha do Sol, trazida pelo vento. Sou verdadeira Bruxa por dentro. Bruxa nascida do fogo, meu espirito é soberano. Sou a transformação, a destruição e também sou a criação. Vivo com liberdade, criatividade e lealdade. Assim vão me encontrar. E se procurarem bem no fundo da fogueira, lareira ou de uma vela Os meus olhos vão achar na chama daquilo que queima o meu espirito, estará lá. Mas logo vos aviso, se mau intencionado estás, não procurarás"

Rosângela Amaral

01 janeiro 2012

Pachamama

Pachamama é a grande mãe do povo Boliviano, Peruano e Andino. Representada como uma mulher morena, de cabelos longos e negros, alegre, mas às vezes pensativa, com formas voluptuosas e algumas vezes anciã, Pachamama pita seu cigarro e bebe cachaça para poder esquentar já que o clima é frio. Sem precisar de sofisticadas teorias ecológicas, os povos andinos nunca deixaram de amar e reverenciar Pachamama, a provedora de todos os alimentos, nutridora e protetora de seus filhos. A agricultura existia nos Andes desde o século 3 a.C. e incluía avançadas técnicas de irrigação, de seleção e de adaptação de diversas espécies de vegetais, em função dos fatores geográficos e climáticos. A religião praticada pelas tribos andinas, antes de sua conquista pelos incas, refletia, de forma singela, sua permanente observação e conexão com as forças da Natureza e os ciclos das estações.






Pachamama é casada com Inti ou Pacha Camac. Ambos são deuses benevolentes pelo fato de até hoje serem cultuados na serra andina. Pachamama cujo nome significa “mãe do mundo” é a Deusa referente à cordilheira dos Andes. Ela também é responsável por terremotos, enchentes e outros grandes desastres quando ela esta triste ou nervosa. Apesar desse lado de morte ligado a Pachamama ela também é a Deusa da fertilidade, do plantio e da colheita. As oferendas mais comuns a ela é sacrifício de Lhamas e polvilhar milho em pó na agricultura. Até hoje em um gesto que parece simples Pachamama é reverenciada. Todos os dias povos andinos brindam com chicha (bebida típica) em louvor a essa deusa, ao brindar deixa-se cair um pouco da bebida em homenagem a ela. Esse brinde chama-se Challa e devido a isso se criou um dia próprio para tal brinde, o Martes Challa (Terça-feira Challa).






A festa de Pachamama é comemorada em agosto no nordeste argentino. No dia 01/08 as casas são limpas de forma ritualística e a sujeita das casas é lançada na rua. Se junta todas as sujeiras e as queima em brasa em cada esquina junto com um punhado de pupusa e chacha que são ervas locais. Para que haja a purificação da casa e pedidos às casas, as pessoas e objetos são limpos com muita defumação de ervas, cachaça e chicha que é uma bebida feita a partir da fermentação de milho mascado e cuspido por meninas jovens num caldeirão com água fervente. Banham Pachamama na cachaça, pois acreditam que ela fica alegre com isso. Ela fica feliz quando seus filhos se embebedam com ela e se sentem aliviados do cansaço do dia a dia. Pachamama masca folha de coca e Yisca, fuma tabaco puro, bebe vinho e chicha também. Enquanto os membros da casa se alimentos e bebem muito Pachamama fica no centro deles. Após o termino da refeição e quando todos já estão embriagados tais membros vão enterrar suas oferendas a Pachamama. Nessa hora Pachamama se emociona e abençoa cada membro da casa.
No final de tudo, seus filhos a veste com fios de lã de Lhama, fios negros e brancos, da direita para esquerda, protegendo-a do frio, cantando para ela, aquecendo-a com o máximo de amor para que ela lhes de o alimento, a vida, a morte, o conforto. Porque Pachamama é tríplice, é vida, morte, renascimento. Ela é a cura, a totalidade e o sagrado.







As tribos andinas antes de serem dominadas pelos incas faziam suas oferendas aos deuses de formas simples, Eram oferecidos milho em grão, farinha ou fermentado como bebida (chicha), raízes, frutas, folhas de coca, fumo e sangue de lhama. Diariamente, as famílias colocavam um pouco de sua comida no chão, agradecendo a Pachamama. No plantio ou na colheita, as mulheres salpicavam fubá sobre a terra e falavam suavemente com Pachamama, pedindo ou agradecendo a fartura da colheita. Era importante lembrar e agradecer sempre à Pachamama, para que ela não se zangasse e assumisse seu aspecto de dragão, que sacudia a terra e provocava terremotos, enchentes, geadas ou secas. Os viajantes deixavam oferendas nas encruzilhadas antes de iniciarem suas caminhadas pedindo a proteção de Pachamama antes de subir uma montanha, de forma a evitar o mal de alturas ou a queda nos precipícios (castigos que ela infligia àqueles que a desrespeitavam ou ofendiam suas criaturas).
Até hoje, nos lugares mais isolados da Bolívia, Peru e Equador, são realizados rituais e oferendas tradicionais para agradecer a Pachamama pela saúde, trabalho, bens e prosperidade. Acredita-se que ela também tem fome e que precisa ser alimentada antes de lhe ser pedido qualquer favor. As oferendas, às vezes, são queimadas, junto com resina de copal, para que a fumaça leve as orações para todos os cantos da terra.







O museu de Pachamama foi criado por um artista plástico Hector Cruz em 1996. A galeria de arte relacionada à deusa já pode ser vista desde a entrada com um portão cheio de símbolos antigos. Além de esculturas o museu traz também uma vasta exposição de tapeçaria fazendo com que nos transportemos às formas de vida antigas. Lá se encontra também a geologia da cadeia montanhosa cuja está presente Pachamama. No museu também recria a forma de vida dos andinos. Traz consigo tambem instrumentos de barros usados e época e etc. Todo o museu foi feito pelo artista plástico que estudou anos sobre os costumes e ritual oferecido a Deusa. Além do museu Pachamama possui um documentário brasileiro sobre a viagem de 14 mil quilômetros do Brasil para o Peru e a Bolívia. O documentário trata-se da ida da floresta amazônica as antigas civilizações incas.


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