"Sou filha do Sol, trazida pelo vento. Sou verdadeira Bruxa por dentro. Bruxa nascida do fogo, meu espirito é soberano. Sou a transformação, a destruição e também sou a criação. Vivo com liberdade, criatividade e lealdade. Assim vão me encontrar. E se procurarem bem no fundo da fogueira, lareira ou de uma vela Os meus olhos vão achar na chama daquilo que queima o meu espirito, estará lá. Mas logo vos aviso, se mau intencionado estás, não procurarás"

Rosângela Amaral

30 novembro 2011

Maeve

Maeve é uma Deusa irlandesa cujo significado do seu nome é “mulher que intoxica”. Maeve pode correr mais que os cavalos, conversar com os pássaros e levar os homens ao ardor do desejo com um mero olhar. Maeve teve muitos amantes, a maioria era oficial de seu exército, o que assegurou de algum modo à lealdade de suas tropas. Muitos homens lutavam duramente nos campos de batalha por uma possibilidade de receber seus favores sexuais. Foi também um símbolo de sexualidade plena e exuberante. Maeve tinha o poder de escolher seus parceiros. Sua relação com a sexualidade nada tinha haver com promiscuidade, ao contrário disso, era saudável e magnética. Nessa época não existia o conceito de pecado cristão, o corpo e o prazer eram vivenciados sem malícia, venerados e respeitados. Maeve é considerada a deusa da guerra e luta bravamente em suas batalhas. Reinou sobre Connacht, e pertenceu ao Ciclo de Uster (conjunto de contos sobre Deuses da época). Muito cultuada em Tara, na Irlanda.
Em um conto famoso irlandês (Tain Bo Cuillaigne), Maeve discute com um rei sobre quem é o mais rico. De acordo com o costume celta o mais rico é o soberano. O rei venceu porque tinha um touro mágico. Ela então decidiu roubar um touro vermelho mágico. Depois de várias batalhas e muito derramamento de sangue, Maeve venceu o touro vermelho e o possuiu. Entretanto, quando os dois touros (o do rei e o de Maeve) se enfrentaram , estraçalharam-se um ao outro em pedaços.






Maeve era uma das cinco filhas de Eochardh Feidhleach, rei de Connacht, uma mulher muito bela e forte, dotada de uma mente brilhante, estrategista hábil, talhada para enfrentar todo o tipo de batalhas. Maeve costumava se deitar com muitos homens e a eles oferecia uma taça de vinho vermelho como seu sangue. O vinho de Maeve representava o sangue menstrual que era considerado como "o vinho da sabedoria das mulheres". Quando um homem quisesse vencer batalhas ou ser rei aguardava o convite de Maeve para que ela lhe oferecesse o vinho. Isto assegurava de que o homem necessitava ser versado no feminismo e nos mistérios das mulheres. O primeiro marido de Maeve foi justamente o seu rival mais constante, o rei Conchobor Mac Nessa. Maeve foi-lhe dada em casamento como compensação pela morte de seu pai, mas para provar sua independência, ela o abandona. Conchobor, insatisfeito, encontra Maeve banhando-se no rio Boyne e a estupra. Em decorrência do fato, os reis da Irlanda se unem para vingar o ultraje. Certo dia, Maeve adota um garoto, o qual passa a integrar sua corte. Com o tempo o tal garoto cresce, tornar-se um hábil guerreiro e obviamente, torna-se seu amante. Os nobres de Connacht não aceitam bem isso e tentam expulsar o rapaz da corte. Maeve consegue impedir e o jovem assume o trono ao lado dela. Ele se torna Ailill citado no ciclo de Uster. Algumas palavras de Maeve para seu marido Ailill: "Se tivesse me casado com um homem avaro, essa união seria errada, pois sou tão caridosa e dada. Seria um insulto se eu fosse mais generosa que meu esposo, mas não se ambos fôssemos iguais neste quesito. Se meu marido fosse um homem tímido, nossa união seria igualmente errada, pois eu me sobressaio em meio às adversidades. É um insulto para uma esposa ser mais espirituosa do que seu marido, mas não se ambos são igualmente espirituosos. Se tivesse desposado um marido ciumento, também isso seria errado; nunca me deitei com um homem sem que outro agradasse nas sombras.” conto celta Tain Bo Cuailgne.



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