"Sou filha do Sol, trazida pelo vento. Sou verdadeira Bruxa por dentro. Bruxa nascida do fogo, meu espirito é soberano. Sou a transformação, a destruição e também sou a criação. Vivo com liberdade, criatividade e lealdade. Assim vão me encontrar. E se procurarem bem no fundo da fogueira, lareira ou de uma vela Os meus olhos vão achar na chama daquilo que queima o meu espirito, estará lá. Mas logo vos aviso, se mau intencionado estás, não procurarás"

Rosângela Amaral

28 novembro 2011

Inanna

Inanna é uma Deusa suméria do amor, do erotismo, da fecundidade e da fertilidade. Os sumérios a comparavam ao planeta Vênus. O que restou a respeito de Inanna são contados por meio de hinos compostos por uma sacerdotisa da época cujo nome era Enheduana e escritos que entre eles estão os "hymns" e as histórias de Inanna. Em 1750 a.C. o rei da Babilonia, Hammurabi se converteu no único soberano da antiga suméria. Os babilônios absorveram grande parte da cultura suméria, incluindo a mitologia. Devido a essa grande “absorção” da mitologia suméria que as historias prevaleceram. Ela é vista na maioria das vezes como uma virgem apesar de ser a Deusa do erotismo e do amor. Seu dia é tradicionalmente 2 de janeiro. Inanna era rainha de 7 Templo e padroeira da vila de Uruk além de portadora das Leis Sagradas (Me). Inanna é considerada uma Deusa que julga o justo. Como Deusa Fertilizadora e Deusa dos grãos era honrada com pães feitos de trigo, vinho, cerveja e tâmaras. Também foi associada aos animais selvagens e domésticos como o carneiro e a vaca.






Certa vez, Inanna decide visitar o Deus da sabedoria em sua morada, Abzu, que era onde os deuses ficavam. Inanna preparou uma oração já que tinha como intensão honrar o Deus da sabedoria. Enki, que era o que conhecia as leis do céu e da terra (Deus da sabedoria) preparou uma recepção honrada para Inanna. Havia bolo, agua fresca e cerveja. Tanto o Deus da sabedoria quanto Inanna se embebedaram. O Deus da sabedoria perdeu a sua sabedoria e enfeitiçado pela beleza da Deusa deu a ela o poder de render o culto certo aos Deuses. Enki diz a Inanna que ela teria o poder de descer ao submundo e voltar, portanto iria conhecer a realidade da vida e da morte, um conhecimento muito profundo o trânsito entre o mundo inferior e superior, entre a vida e a morte, entre o céu e a terra, entre o homem e a mulher que nos leva à grande verdade. Enki levantou quatorze vezes o cálice em direção a Inanna, já que ela teria que passar por quatorze portas, sendo sete portas para descer ao submundo e sete para subir ao palácio dos Deuses. Os dons vinham dos Deuses, mas somente ela levaria de forma adequada aos homens.







Inanna tinha uma missão de presenciar o sepultamento de Gugalana, o grande touro do céu, que havia sido enviado ao submundo como punição por alguns atos. Inanna com receio de não conseguir retornar ao palácio dos Deuses pede para que Ninshubur (Deusa mensageira) após três dias sem noticias dela avisasse a ao deus celeste Enlil (o pai supremo universal) depois a Nanna-Sin (seu pai pessoal e Deus lunar) e, finalmente, até Enki (Deus da sabedoria). Inanna deveria deixar em cada um dos sete portais ate ao submundo um de seus pertences. No fim dos sete portais ela encontrasse nua e na frente de sua rival e irmã Ereshkigal. A retirada dos pertences acontecia já que Inanna não poderia usar de seus poderes conscientes devido ao ego. Cada um de seus pertences tinha um significado como, por exemplo:
1. A coroa trazia o significado do poder intelectual
2. As jóias e adornos simbolizavam o poder de agir e a habilidade de critica
3. As vestes reais, as defesas de sua psique e sua forma de proteção de tudo e todos.
Somente despida Inanna poderia se relacionar com sua sombra.







Por estar despida ela pode enfrentar sua sombra, sua irmã, Ereshkigal. Inanna é pressa e crucificada, mas como ela era uma sacerdotisa ela se rende a isso como uma nova forma de conhecimento. Após três dias sem noticias Ninshubur (Deusa mensageira) pede ajuda de homens e mulheres e a intervenção de Deuses celestes em favor da Deusa. Ambos os deuses, o celeste e o lunar se recusam a ajudar. Somente o Deus da sabedoria, Enki que a ajuda. Enki cria dois novos seres assexuados a partir da sujeira que estava debaixo de suas unhas da mão direita e da mão esquerda. Tais criaturas chamam-se Kurgarra e Kulatur. Quando tais criaturas vao resgatar Inanna do submundo encontram Ereshkigal sofrendo de fortes dores de parto. Kurgarra e Kulatur veem e sentem a dor de Ereshkigal ate que Ereshkigal diz:
-"Ai, está doendo dentro de mim!" Eles respondem:
-"Ai! Tu que gemes nossa Rainha. Ai! Está doendo dentro de ti!" Quando ela diz:
-"Ai, está doendo fora de mim." Eles ecoam:
-"Ai! tu que gemes, nossa Rainha. Ai! Está doendo fora de ti".
O eco compõe uma litania, transforma a dor em oração e poesia.
Eles estabelecem uma resposta reverente e criativa às paixões e dores da vida. Dentro de Ereshkigal não há mais destruição e sim generosidade. Por gratidão Ereshkigal devolve o corpo de Inanna a Kurgarra e Kulatur.








Inanna foi casada com o pastor mortal Damuzzi, que se transformou em rei . Essa união fez com que a terra prosperasse. A cada ano que entrava a união era reestabelecida para que a terra fosse sempre fértil. A cada fim de ano Damuzzi morria para que pudesse renascer e assim manter a plantação. Quando volta ao reino dos céus descobre que seu marido Damuzzi usurpava seu trono, com raiva Inanna o manda para o submundo. Tempos depois com pena de Damuzzi pede para que sua irmã Ereshkigal o devolva, mas ela não o devolve. Geshtinana (Deusa dos caniços de papiro), a irmã de Damuzzi se oferece em troca do irmão e assim ela permanece no submundo metade do ano e a outra metade permanece Damuzzi. Enquanto Damuzzi esta no submundo (outono e inverso) a colheita e rara, mas quando ele esta no palácio dos Deuses (primavera e verão) a colheita é farta.








Apesar de termos relatos sobre a existência de sete templo no nome de Inanna o maior deles foi na cidade de Uruk. Infelizmente não temos mais noticias sobre a situação de tais templos. Alguns pedaços deles estão no Museu britânico como a peça em que postei no de Inanna e Damuzzi (dia 5), que era de um templo dedicado aos amantes. Temos também a imagem de Inanna sozinha, que encontrasse em boas condições também no Museu Britânico. Em tal peça podemos ver Inanna junto de seus súditos assexuados Kurgarra e Kulatur e duas corujas que simbolizam o sacerdote. Além dela podemos ver alguns símbolos, mas infelizmente não achei nada relacionado aos seus significados. Inanna encontrasse semidespida, pois o que parece uma assa atrás dela é o seu manto real. Além disso, ela esta com sua coroa símbolo de sua intelectualidade.







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