"Sou filha do Sol, trazida pelo vento. Sou verdadeira Bruxa por dentro. Bruxa nascida do fogo, meu espirito é soberano. Sou a transformação, a destruição e também sou a criação. Vivo com liberdade, criatividade e lealdade. Assim vão me encontrar. E se procurarem bem no fundo da fogueira, lareira ou de uma vela Os meus olhos vão achar na chama daquilo que queima o meu espirito, estará lá. Mas logo vos aviso, se mau intencionado estás, não procurarás"

Rosângela Amaral

25 novembro 2011

Coatlicue

Alguns povos a chamam de Coatlicue (saia de serpente), outros de Cihuacoath (mulher serpente) ou Tonantzin (Nossa Mãe). Coatlicue era mulher de Mixcoatl (serpente das nuvens) e tinha dois filhos com ele Coyolxauhqui que era considerada a Deusa da Lua e Huitzilopochtli que era o Deus Sol. Ela além de ser mãe do Deus do Sol e da Deusa da Lua possui suas dezenas de filhas estrelas.
Coatlicue tinha por função varrer os céus duas vezes por dia: uma para anunciar a chegada da noite e receber suas filhas, as estrelas e a Lua; outra para saudar o amanhecer e receber o Sol, seu filho.
Conta-se que um dia Coatlicue encontrou uma pena branca na pirâmide onde estava varrendo e, colocando-as sobre o peito, ficou grávida. Quando os outros 400 deuses e seu filho descobriram a estranha gravidez, juraram matá-la para impedir que o recém-nascido sobrevivesse. Apenas sua amada filha, Coyolxauhqui (a Deusa da Lua) avisou-a do perigo, mas acabou decapitada pelo Deus do Sol, seu imão devido a sua atitude. Coatlicue, cheia de dor, colocou a cabeça luminosa da filha no céu, onde se converteu na Lua.
A pedra com a representação de Coyolxauhqui foi descoberta nos finais do século XX no centro da cidade do México, aos pés do que foi uma das grandes pirâmides astecas.







Em 13 de agosto de 1790 foi encontrada no México a escultura de Coatlicue, Mãe dos Deuses.
Há uma lenda que mesmo todos sabendo que a escultura de Coatlicue esta no cruzamento de Pino Suárez Corregedoria com o Palácio Real somente os que necessitam enfrentar a dor conseguem a ver. Dizem também que todo dia é possível ver uma serpente no local da escultura.
Quatro meses depois (17 de Dezembro de 1790) da descoberta de Coatlicue acharam em um local muito próximo da descoberta da Deusa da Terra uma pedra do Sol que representa Huitzilopochtli seu filho e Deus do Sol. Não há somente uma escultura referente à Coatlicue.
Além do achado da pedra referente ao seu Filho Deus do Sol também acharam uma referente à sua filha, Deusa da Lua. Tais pedras foram denominadas pedra do Sol e pedra da Lua e elas são conhecidas no mundo inteiro por esses nomes. Coatlicue também tem uma Chapa de ferro gravada seu nome e sendo considerada Deusa primordial asteca. Além disso, na chapa esta escrita que ela é mãe de Huitzilopochtli (deus Sol), Coyolxauhqui (deusa da Lua) e mais 400 deidades.







Coatlicue é considerada uma deusa da vida e da morte. Nas culturas antigas a morte era algo essencial, pois sem ela a vida não se renovava. Só havia essa renovação, pois a Dama da Morte cuidava com amor e carinho dos espíritos. Coatlicue chega até nós para nos ajudar a entender a dor. Ela nos ensina que não existe modo ou maneira de fugir dela, nem lugar que possamos nos esconder. Além disso ela também nos diz que somente a enfrentando chegamos à cura
A serpente é algo considerado com o poder da auto renovação. Não somente a serpente é ligada a esse significado. A lua também. Esses são dois símbolos que Coatlicue traz consigo. Em alguns mitos primitivos os homens citam que a imortalidade foi trazida pela serpente e/ou pela lua.
Ambas tem sempre o poder da renovação, mutável. Em alguns mitos a serpente revela aos homens a virtude que está escondida na fruta da Árvore-da-lua ou na bebida "soma", que dela pode ser feita. A cobra, tal qual a Lua, foi guardada por virgens.






O calendário Asteca era um calendário solar e muito parecido com que temos hoje. Ele possui 365 dias o ano. Suas diferenças é que ele possui 18 meses e 23 signos. A cada signo um Deus ou Deusa rege e junto dele a descrição de um ritual. Coatlicue era a terceira deusa de regência. Era considera a deusa que varre, pois tirava o mal da vida já que sua função era varrer o céu antes do Deus sol ou da Deusa Lua habitar. Além disso, o calendário Asteca era baseado na plantação de milho. Ele era dividido em quatro estações. A Primavera que significava o cuidado com a plantação, com a terra, com o crescimento dos vegetais. Estava relacionada com o amanhecer ou o nascimento, estas últimas palavras eram representadas graficamente com uma espiga de milho. Verão que significava plenitude, força jovem, força do sol do meio dia, pelo que era representado dessa forma. São grandes as plantações de milho nesta estação, a qual também era a época onde os jovens procriavam. Outono que era a tarde representava o descanso dos velhinhos e seres humanos que vivem das colheitas. Considerado tempo de morte da vegetação (mês de novembro é celebrado dia dos mortos), tempo em que os homens se preparam para a nova plantação. Inverno era representado com o nascimento de um novo ser. No signo de Coatlicue havia características dela e magias para serem oferecidas a ela, mas infelizmente não é possível achar tais informações com facilidade. Sabemos apenas de suas existências, mas não do que ao certo se tratava.

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