"Sou filha do Sol, trazida pelo vento. Sou verdadeira Bruxa por dentro. Bruxa nascida do fogo, meu espirito é soberano. Sou a transformação, a destruição e também sou a criação. Vivo com liberdade, criatividade e lealdade. Assim vão me encontrar. E se procurarem bem no fundo da fogueira, lareira ou de uma vela Os meus olhos vão achar na chama daquilo que queima o meu espirito, estará lá. Mas logo vos aviso, se mau intencionado estás, não procurarás"

Rosângela Amaral

28 fevereiro 2012

Hecate

Hécate é uma Deusa grega filha dos titãs (semideuses) Perses e Artéria. Seu nome significa “a distante”. Alguns acreditam que ela é originária do Egito e mais tarde foi incorporada na mitologia grega. Para os egípcios seu nome significaria “Todo o poder”.
Hécate é considerada a Deusa da magia e da noite. Às vezes é possível vê-la associada à Arthêmis, por ambas serem relacionadas à lua, e às vezes a Perséfone pelo fato das duas residirem no submundo. Hécate para os romanos era a Deusa das encruzilhadas já para os marinheiros ela assegurava uma boa travessia. Por ser associada à magia conhece bem as ervas e os unguentos. Em seu culto costuma-se usar alho. Está também ligada ao cipreste por ser uma arvore que representa o submundo, local onde ela também reside. É uma Deusa que reside tanto no mundo dos vivos quanto no dos mortos. Acreditam que nas cidades e casas onde ela está de guarda os espíritos e os demônios não entram, pois ela não permite. Dizem que é possível vê-la nos cemitérios em dias de lua nova. Hécate uniu-se com Eetes rei da Cólquida (atual Geórgia) gerando uma grande feiticeira chamada Circe.
Hécate é representada sempre com cachorros. Pode aparecer em forma de uma mulher com três cabeças ou como três mulheres. Ela carrega consigo uma ou duas tochas. Na sua cabeça encontra-se o pollos, tiara com uma lua crescente. Algumas imagens relacionadas à Hécate pode trazê-la com serpentes em seus cabelos e pés. Antes dessas imagens (antes do século V) os poetas gregos a viam como um faixo de luz, um faixo da luz da lua. Hécate é uma Deusa tríplice, portanto possui a faceta da jovem, da mãe e da anciã. O cipreste é relacionado a ela assim como os cachorros e ovelhas negras. Comemora-se seu dia em 13 de agosto. Na antiga Grécia e Roma era de costume em suas comemorações sacrificar animais e iluminar o festejo com muitas tochas. Os gregos e romanos acreditavam que tudo que não entrava na festa era odiado por Hécate e se algo que ela gostasse fosse esquecido um espirito iria possuir o corpo do participante do ritual.







A estatueta mais antiga relacionada à Hécate é de terracota e foi encontrada em Atenas com seu nome entalhado. Acreditam que seja do século 6 AC devido a seu estilo, comum na época. Esse monumento representa a Deusa sentada em um trono com uma coroa. Essa obra comprova a forma simples pela qual Hécate era vista pelos gregos antes da invasão persa. Sua primeira representação de forma tríplice foi encontrada no final do século 5 AC e ela foi feita pelo escultor Alkamenes no estilo grego clássico. No século 4 AC foi encontrado uma escultura em mármore na casa de um homem rico da Tessália onde Hécate é representada como uma mulher colocando uma coroa de flores em uma égua. Já no século 3AC ela é representada ainda como uma forma simples, mas às vezes como três mulheres. Uma segura uma tocha, outra uma chave e a terceira uma serpente. Um dos escritos mais famosos desse século conta um sacrifício para a Deusa. No “documento” o autor diz que sacrificou sua ovelha negra perto de um riacho onde havia uma encruzilhada. Ao agradecer e se virar ele ouviu sons de latidos de cachorros, mas não se virou, pois sabia que Hécate havia gostado caso contrário os cães o atacariam. Pelos egípcios de acordo com achados em papiros (ainda não divulgados e nem expostos oficialmente) Hécate é vista como uma mulher de três cabeças com uma tocha e ao seu lado um cavalo e um cachorro. A imagem e a referencia adotado hoje em dia para essa Deusa foi a mesma adotada no século 7 DC. Hécate está relacionada a uma encruzilhada de três ruas ou estradas. Sua imagem ainda pode ser de três mulheres com uma tocha, serpentes e uma chave ou de uma mulher com um cão de três cabeças, que no caso ganhou o nome de Cérbero.






Cérbero é o cão que guardava o submundo. Ele possuí três cabeças e em algumas outras fontes que dizem que ele tinha além delas cobras que cuspiam fogo. Sua calda é algo variante podendo ser de cobra, de dragão ou mesmo de cachorro. Os gregos acreditavam que após a morte as pessoas mantinham a forma física só que não em corpo, mas em alma. Os mortos chegavam ao submundo através de um rio e nos portões estava Cérbero. Não confundam inferno com submundo, pois para os gregos não havia inferno, apenas o palácio dos mortos aonde todos iriam sendo maus ou bons ao longo de suas vidas. O rei do submundo era Hades, irmão de Zeus (Deus do Céu) e Posseidon (Deus do mar). Cérbero festejava a vinda dos que chegavam ao palácio de Hades, mas não os deixavam voltar para o mundo dos vivos.
Apenas algumas pessoas passaram de volta para o mundo dos vivos dentre elas Psique. Hécate podia ir e vir, pois habita os dois mundos e Cérbero a acompanhava.
O mito mais famoso de Hécate é o que está relacionada com Perséfone.
Perséfone (Deusa da agricultura) filha de Demeter com Zeus é roubada e posta no submundo por Hades. Devido a sua beleza Hades a coloca de forma permanente em seu palácio a torna sua esposa. Demeter desesperada, procurando sua filha por todos os lugares e não achando pede ajuda a Hécate e assim que Hécate sabe do paradeiro de sua filha conversa com Hades o convencendo de que Perséfone passe 6 meses no mundo dos vivos e 6 meses no mundo dos mortos. Por isso a terra é fértil 6 meses e os outros meses do ano ela se reserva.







Eetes rei da Cólquida se casou mais de uma vez, mas nuca com Hécate. Com tal Deusa teve apenas uma noite na qual gerou Circe. Ele é um titã filho de Hiperião (Deus Solar primitivo) com Teia (personificação da visão).
Circe sua filha é vista como uma grande feiticeira. Seu nome significa “Falcão”. A Odisseia conta sua história e mantem a fama de grande feiticeira. De acordo com a história Ulisses desembarca numa ilha com seu barco e sobre numa colina para ver sinais de habitação. Ele só localiza um grande castelo no centro da ilha. Para ver se podia contar com a hospitalidade da dona ou dono da casa ele manda homens ao local. Tal castelo é relatado como grande e cheio de leões e tigres que eram homens sobre os feitiços de Circe. Além disso, conta sobre a voz feminina e serena que ouviam de dentro do castelo. Os homens foram convidados por Circe a entrar e ela os ofereceu do melhor em comidas e bebida. No final da visita ela os transformou em porcos, mas ainda com consciência humana, apenas um dos homens não foi transformado, o que não se alimentou e nem bebeu nada oferecido por ela. Ao retornar ao barco e contar a Ulisses o ocorrido Ulisses resolve ajudar seus homens e visitar Circe. Durante a caminhada até o castelo ele encontra Hermes (Deus da fertilidade, da magia, dos caminhos e da divinação) que o avisa sobre os feitiços e lhe dá uma erva contra encantamentos. Ulisses a visitou e após comer e beber Circe lançou seu feitiço e ao invés dele também se transformar em um porco lançou sua espada fazendo com que Circe transformasse seus homens em homens e deve a devida hospitalidade a sua tropa. Após o período de estadia Circe cumpriu sua palavra e ainda ensinou Ulisses a retornar para casa passando pela Ilha das Sereias sem ter problemas com elas. Circe também pode ser vista mais recentemente no filme Harry Potter em uma das figurinhas de bruxos e bruxas famosos dos sapos de chocolate.



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